Movimento de Apoio à candidatura de Gouveia e Melo é dissolvido hoje

José Manuel Anes, antigo grão-mestre da Grande Loja Legal de Portugal (GLLP) e ex-presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), formaliza hoje a dissolução do Movimento de Apoio ao Almirante à Presidência (MAAP). A decisão surge dez dias após o anúncio da sua intenção de encerrar o movimento, motivada pela demarcação pública do almirante Henrique Gouveia e Melo.

O MAAP, criado para apoiar uma eventual candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República, foi oficialmente dissolvido na Assembleia Geral que decorreu hoje. José Manuel Anes já havia comunicado esta intenção a 18 de janeiro, justificando a decisão com o desagrado manifestado pelo próprio almirante. Na ocasião, Anes afirmou: “Face aos últimos acontecimentos e ao desagrado manifestado pelo almirante Gouveia e Melo, decidi propor a dissolução do Movimento de Apoio ao Almirante a Presidente na Assembleia Geral prevista para dia 29 de janeiro.”

A concretização da dissolução ocorre após declarações de Gouveia e Melo que se distanciou categoricamente da associação. Num comunicado enviado à agência Lusa no início do mês, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada esclareceu: “Informo para os devidos efeitos que o cidadão Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo, almirante e antigo Chefe de Estado-Maior da Armada, na reserva, e no exercício pleno dos seus direitos civis, não está ligado à criação da associação MAAP e não sente qualquer responsabilidade pelas ações dos seus membros.”

O almirante foi ainda mais longe ao sublinhar que não tinha qualquer envolvimento na criação do movimento nem pretendia escrutinar os seus apoiantes. “Não quero participar em qualquer atividade que fira o princípio da liberdade individual. Defendo de forma clara que qualquer cidadão deve ter o direito à defesa do seu bom nome e reputação até ser condenado”, acrescentou.

O MAAP foi formalizado em 17 de janeiro por um grupo de personalidades liderado por José Manuel Anes, António Brás Monteiro e Paulo Azevedo Noguês. Outros membros fundadores incluem Cristina Valente e Manuel Ferreira Ramos. A associação foi criada para apoiar a eventual candidatura presidencial de Gouveia e Melo, cuja popularidade tem vindo a crescer, especialmente após sondagens recentes que o colocaram como um dos candidatos mais bem posicionados para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa.

No entanto, a oficialização do movimento gerou uma reação imediata de Gouveia e Melo, que, apenas um dia após o anúncio público, emitiu um comunicado a afastar-se do MAAP. A rápida demarcação do almirante expôs tensões internas e levantou dúvidas sobre os limites éticos do uso do seu nome sem consentimento.