Montenegro diz que Portugal “aprendeu mesmo” com “processo de recuperação doloroso”
O primeiro-ministro reiterou hoje que Portugal é um “referencial de estabilidade” numa Europa com “os dois maiores motores engripados”, considerando que “o país aprendeu mesmo” com um “processo de recuperação doloroso” e vai manter o rigor orçamental.
Num discurso no Fórum Euro-Américas, no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Cascais, Luís Montenegro lembrou que a Europa tem hoje os seus “dois maiores motores engripados”, referindo-se à França e à Alemanha.
“A Alemanha está estagnada economicamente – com um processo eleitoral antecipado agora à porta -, a França com instabilidade política, um endividamento e um défice muito, muito preocupantes e a Espanha com uma fragilidade governativa que, apesar do seu desempenho económico, não deixa de colocar algumas reservas”, apontou.
O chefe do executivo disse não estar a falar dos “amigos alemães, franceses, espanhóis” para criticar o seu “prejuízo ou insucesso”, mas antes para frisar que Portugal, perante esse “ambiente próximo”, se pode destacar como um referencial devido à sua “estabilidade política e financeira” e ao “vigor económico, académico” e da sua diáspora.
“Nós somos um referencial de estabilidade depois de um processo de recuperação, eu diria doloroso, mas onde creio que, desta vez, o país aprendeu mesmo. Vai continuar a preservar rigor e disciplina orçamental, mas vai conjugar isso com um ambiente económico favorável ao investimento”, afirmou.
Montenegro frisou que, além dessa atratividade para investimentos, Portugal é também “um bom sítio para visitar” – elogiando que hoje o país tenha uma taxa de turistas norte-americanos “muito relevante” -, mas afirmou que é “mais do que isso”.
“Nós somos indústria, somos comércio, somos serviços, somos agricultura, somos pesca, somos conhecimento, somos fiáveis e somos seguros”, garantiu, acrescentando que a segurança é fundamental para a liberdade individual e para a proteção da comunidade, mas é também “um alvo económico” que o Governo pretende continuar a garantir.
“Aqueles que pensam que Portugal como o país mais seguro do mundo – que é – está condenado a sê-lo eternamente, devem olhar para exemplos como a Suécia, como os Países Baixos, como à Bélgica e perceber que, se não atacarmos fenómenos de aumento de criminalidade, nós podemos perder esse fator”, avisou.