Moçambique/Eleições: Frelimo vence eleições a governadores em todas as províncias

O Conselho Constitucional de Moçambique (CC) proclamou hoje a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, como vencedora das 10 assembleias provinciais, elegendo assim todos os governadores de províncias.

Segundo os dados proclamados pela presidente do CC, Lúcia Ribeiro, a Frelimo elegeu para governador da província de Maputo Manuel Tule, com 461.257 votos (49,88%). Em Gaza, o partido no poder elegeu a cabeça-de-lista Margarida Chongo com 437.921 votos (78,23%),em Inhambane, elegeu para o cargo Francisco Pangula, onde conseguiu 268.514 votos (70,45%).

Em Sofala, elegeu Lourenço Bulha para governador com 403.391 votos (66,02%), em Manica, somou 357.883 votos (76,55%), sendo Francisca Tomás governadora, enquanto Pio Matos foi eleito na Zambézia, com a Frelimo a conseguir 474.965 votos (56,61%), e Domingos Viola vai ser governador de Tete, onde o seu partido conseguiu 658.350 votos (78,56%).

Dados apresentados apontam Eduardo Abdula como governador de Nampula, onde a Frelimo somou 413.270 votos (50,71%); Valige Tauabo fica como governador de Cabo Delgado, onde o partido no poder conseguiu 247.672 votos (61,54%), e em Niassa a Frelimo obteve 178.757 votos (69,20%), colocando Elina Judite no cargo de governadora.

Num total de 867 mandatos para as 10 Assembleias Provinciais, a Frelimo conquistou igualmente a maioria, segundo a proclamação do CC, tendo elegido 624 membros, seguida da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) com 97; Podemos com 67, Movimento Democrático de Moçambique (MDM) com 58, Revolução Democrática (RD) com seis, Partido Humanitário de Moçambique (Pahumo) com oito, o Partido da Reconciliação Nacional (Parena) com cinco e o Partido de Renovação Social (Pareso) com dois.

Para a província de Maputo, a Frelimo ficou com 48 mandatos, o Podemos com 31, o MDM com três e a Renamo com quatro.

Em Gaza, a Frelimo conquistou 67 assentos, o MDM ficou com seis, o Parena conseguiu cinco mandatos. Em Inhambane, o partido no poder obteve 63 mandatos, a Renamo 10, o MDM seis e o Pareso dois.

Na província de Sofala, a Frelimo ficou com 64 mandatos, o MDM somou 15 e a Renamo quatro mandatos, enquanto em Manica, o partido no poder conseguiu 67 mandatos, a Renamo 10 e o MDM cinco mandatos.

Em Tete, a Frelimo totalizou 69 mandatos, a Renamo 10 e o MDM sete mandatos, sendo que na Zambézia, o partido no poder conseguiu 63 mandatos, a Renamo 19 mandatos, o Podemos 13 e o MDM quatro.

Em Nampula, a Frelimo obteve 63 mandatos, o Podemos conseguiu o seu melhor resultado com 23, a Renamo obteve 13 e o MDM quatro, enquanto em Cabo Delgado, o partido no poder conquistou 60 mandatos, a Renamo 12, o Pahumo oito e o MDM cinco.

Em Niassa, o partido no poder conseguiu 60 mandatos, a Renamo 11, a RD seis e o MDM três.

O CC proclamou hoje Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi.

“Proclama eleito Presidente da República de Moçambique o cidadão Daniel Francisco Chapo”, anunciou a presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, ao fim de uma hora e meia de leitura do acórdão de proclamação, em que reconheceu irregularidades no processo eleitoral, mas que “não influenciaram” o resultado final.

De acordo com os resultados, Venâncio Mondlane registou 24,19% dos votos, Ossufo Momade 6,62% e Lutero Simango 4,02%.

Enquanto decorria a leitura do acórdão de proclamação dos resultados, já manifestantes, apoiantes de Venâncio Mondlane, contestavam na rua, com pneus em chamas.

Os confrontos pós-eleitorais provocaram pelo menos 130 mortos, segundo o balanço feito pela Plataforma Eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, e que aponta ainda para 385 pessoas baleadas.

As eleições gerais de 09 de outubro incluíram as sétimas presidenciais – às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos – em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais.