Mercados em 2025: A grande recuperação ou tempestade à vista?
Com a aproximação de 2025, investidores e analistas financeiros estão atentos às dinâmicas que influenciarão os mercados globais. A inflação começa a abrandar e as taxas de juro a descer, especialmente na Europa e nos EUA, criando um ambiente favorável para a continuidade de um mercado em alta. Contudo, as incertezas geopolíticas e os desafios económicos em diversas regiões, particularmente na Ásia, levantam questões sobre a robustez dos mercados.
Carlos Rodrigues, Presidente da Maxyield, analisa as principais variáveis económicas e os fatores que poderão moldar os mercados em 2025. “As variáveis económicas que mais influenciam os mercados bolsistas são a inflação medida pelo índice de preços no consumidor (IPC), a taxa de juro, o mercado laboral e a actividade económica apurada pelo produto interno bruto (PIB)”, explica Rodrigues.
Perspectivas económicas e taxas de juro
Nos mercados norte-americano e europeu, as pressões inflacionistas estão em trajetória descendente. Carlos Rodrigues antecipa que “é previsível o regresso do crescimento do nível geral dos preços ao patamar de 2% em 2025, que constitui a meta das autoridades monetárias.” O ciclo de descida das taxas de juro começou no segundo semestre de 2024, com impactos positivos esperados na atividade económica.
Na Zona Euro, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu as taxas de juro em 0,25% em cada uma das reuniões de política monetária realizadas em junho, setembro e outubro. No Reino Unido, o Banco de Inglaterra (BoE) iniciou a descida das taxas em agosto, enquanto nos EUA, a Reserva Federal (FED) deu início ao ciclo de redução com um corte de 0,5% em setembro, em resposta à diminuição da inflação e ao arrefecimento do mercado de trabalho.
Desafios na Ásia
Enquanto isso, a Ásia enfrenta desafios económicos. Carlos Rodrigues destaca que “o Japão vive pressões inflacionistas crescentes num contexto de quebra da atividade económica, e a China revela dificuldades em abandonar a deflação e evitar a desaceleração do seu PIB real.” O Banco Central Chinês cortou as taxas de juro em julho e outubro, e começou a implementar um pacote de medidas para estimular a economia. “O setor imobiliário chinês, um dos principais motores de crescimento nas últimas décadas, enfrenta dificuldades com promotores endividados e preços em queda”, afirma Rodrigues.
Dinâmica atual dos mercados
Os mercados globais atravessam ciclos de bull market e bear market, e Carlos Rodrigues alerta que “a trajetória altista do bull market não dura eternamente.” Embora o ciclo atual de bull market tenha sido impulsionado por indicadores macroeconómicos positivos, é essencial que os investidores mantenham prudência. “Os mercados estão a ‘aquecê-los’ a um ritmo rápido, e isso exige prudência dos investidores, evitando alta exposição a situações de risco extremo”, sublinha Rodrigues.
Riscos geopolíticos e incertezas
As tensões geopolíticas, como o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e as questões que envolvem a China, são riscos que continuam a pesar sobre os mercados. Carlos Rodrigues explica que “os riscos geopolíticos introduzem incerteza no desempenho dos mercados, o que pode gerar volatilidade elevada ao longo do ano.”
Expectativas para a Bolsa de Lisboa (PSI)
O Presidente da Maxyield também compartilha sua visão sobre o comportamento da Bolsa de Lisboa. Ele acredita que o PSI poderá continuar a evoluir dentro da faixa de variação entre 6300 e 7750 pontos. “Este intervalo tem uma grande amplitude e enquadra-se no potencial de valorização admitido pela média dos analistas”, conclui Rodrigues.