Mercado de usados caiu 11% em 2020 de acordo com o barómetro Standvirtual/ACAP

De acordo com o barómetro do mercado automóvel realizado pelo Standvirtual com a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), o setor de carros usados registou uma queda de 11% no ano passado. Já o preço médio anunciado entre o primeiro confinamento (março de 2020) e o segundo (janeiro de 2020) manteve-se estável.

Por outro lado, o portefólio do Standvirtual cresceu aproximadamente 10% ao passar dos 44/45 mil para os 52/53 mil carros disponíveis. Também o tráfego online do site registou uma subida de 30%, considerando os dois confinamentos.

No que diz respeito ao mercado de novos veículos (ligeiros e pesados), face a janeiro de 2020, regista-se uma retração de 28,5%. Já o mercado de motociclos, triciclos e quadriciclos quebrou 18,4% no período referido.

Estas conclusões foram apresentadas num webinar que contou com o contributo de Nuno Castel-Branco (diretor-geral do Standvirtual), Hélder Pedro (secretário geral da ACAP), Pedro Soares (diretor comercial do Standvirtual), Ricardo Cardoso (marketing manager do Standvirtual), Licínio Santos (diretor comercial Cofidis Portugal), José Duarte (diretor-geral Soauto VGRP) e Isaque Guimarães (CEO do Grupo Fisacar) e teve como principal objetivo divulgar os números e analisar o impacto deste segundo confinamento no setor.

Sobre a retração verificada, procurou-se perceber se as dificuldades na aprovação de créditos não estariam também a colocar uma barreira extra às vendas. Licínio Santos, diretor comercial da Cofidis, não concorda: “A taxa de aprovação dos créditos é similar ao pré-confinamento. O perfil/qualidade da procura é fundamental para este indicador. E existem vários fatores socioecónomicos que não podemos esquecer, tais como o desemprego ter subido significativamente”, considerou.

E acrescentou: “A média de adesão na UE às moratórias foi de 7,5%, enquanto em Portugal a média foi de 22%. Só a Hungria e o Chipre nos ultrapassam nestes indicadores. Por aqui se percebe a fragilidade da nossa economia e a dificuldade de aprovar créditos nesta fase. É importante não esquecer que tanto financeiros como bancos têm todo no sucesso destas operações, porque é o nosso negócio”.

Por seu turno, José Duarte, Diretor Geral Soauto VGRP, mostrou-se algo reticente sobre um processo de compra totalmente por via digital: “Acho que o mercado online é muito forte no seguimento dos contactos, mas em relação à venda, propriamente dita, tenho mais dúvidas”. E explicou que o grande problema do mercado dos novos “tem a ver com a content strategy. Tudo o que se faz offline, no showroom, tem de ser trazido para o online por forma a potenciar as vendas, e é nisto que nos devemos concentrar / investir”.

Pedro Soares, diretor comercial do Standvirtual, preferiu destacar uma iniciativa recente desenvolvida para ajudar o setor ao conceder apoios diretos aos seus clientes profissionais. Entre 23 de janeiro e 22 de março, a marca irá devolver, em crédito a depositar na conta Standvirtual, o valor da compra ou renovação de um dos seus Planos de Benefícios (Basic, Dynamic e Sport).

Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Stanvirtual, justificou a ação com “o objetivo de incentivar os stands a apostarem mais no negócio online, sobretudo enquanto forem obrigados a ter as portas fechadas ao público. É um grande esforço financeiro que estamos a fazer nesta fase, mas consideramos essencial que todos os envolvidos no setor façam a sua parte”.

É possível assistir a todo o evento aqui