
Mercado de trabalho rejeita cada vez mais jovens recém-licenciados: Portugal tem um dos piores registos da UE
O mercado de trabalho em Portugal tem rejeitado cada vez mais jovens recém-licenciados ou diplomados, indicou esta sexta-feira o ‘Diário de Notícias’: 18% desses jovens recentemente formados – cerca de 240 mil com qualificações mais elevadas – estavam excluídos do mercado de emprego no ano passado.
Alás, a taxa de emprego destes jovens – com entre 20 e 24 anos, que terminaram o ensino superior há menos de três anos – tem recuado nas últimas duas décadas, tendo-se fixado em 82% da respetiva população em idade ativa, segundo dados do Eurostat, divulgados esta semana. A esmagadora maioria deste grupo encontra-se desempregada: segundo o inquérito trimestral do INE, há 150 mil jovens sem trabalho. Os restantes 90 mil devem estar numa situação de inatividade, podendo uma parte ter voltado aos estudos superiores, como pós-graduações, doutoramentos, entre outros.
De acordo com a agência europeia de estatísticas, em 2003, Portugal era o 11º melhor neste ranking europeu, com um taxa de emprego de 82,7%: até 2023, o declínio foi substancial, surgindo agora como o 9º pior ao nível de empregabilidade dos recém-diplomados mais jovens. Portugal surge abaixo da média europeia, que em 2023 se cifrou em 83,5% (Portugal regista 82,4% de empregados no total da população ativa com idades entre 20 e 34 anos e um diploma superior obtido há menos de três anos.
Os números têm vindo a causar preocupação no Governo e em Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, com ambos a alertar que o país não se pode dar ao luxo de desperdiçar o talento e as qualificações elevadas desta geração mais nova, sob pena de atrasar ainda mais o seu desenvolvimento económico a prazo.
“Nós estamos a falhar, o país está a falhar. O país precisa mesmo de um sobressalto cívico, político, empresarial. Nós temos de conseguir absorver no nosso mercado de trabalho estes milhares e milhares de jovens que todos os anos saem das nossas universidades, dos nossos institutos politécnicos e colocá-los ao serviço do crescimento do país”, salientou o primeiro-ministro, há 10 dias, num encontro de verão das comunidades portuguesas (da emigração) do PSD, num hotel em Albufeira.