Melhor estratégia contra a covid-19? Testes em massa e isolamento de duas semanas para casos positivos

Os testes em massa realizados semanalmente para detetar casos de covid-19, associados a um período de isolamento de duas semanas para os contactos positivos, podem ser a estratégia mais eficaz para combater a propagação do novo coronavírus quando a transmissão é elevada e as vacinas ainda não estão amplamente disponíveis. É a conclusão de um estudo de modelização publicado na revista científica The Lancet Public Health.

A publicação sugere que, até que as vacinas ou medicamentos antivirais eficazes estejam largamente disponíveis, os testes em massa são a melhor forma de identificar e isolar rapidamente os casos infetados. Embora inicialmente os testes fossem lentos e relativamente caros, os custos diminuíram e os resultados ficam disponíveis em 15 minutos por apenas alguns euros.

Os autores descobriram que a estratégia mais rentável quando a transmissão é elevada (quando o número de ‘reprodução’ do vírus, ou número R, é igual ou superior a 2) passa por testar semanalmente todas as pessoas nas áreas mais afetadas, seguido de um período de isolamento de duas semanas para os casos confirmados.

Já quando a transmissão é baixa a moderada (quando o valor de R é inferior a 1,9) os testes em massa seguidos de uma semana de isolamento, em vez de duas, são provavelmente a estratégia mais rentável.

O estudo concluiu também que uma grande expansão da capacidade de testes à covid-19 e estratégias de isolamento baseadas na taxa de transmissão local têm, a longo prazo, “benefícios económicos e de saúde pública vitais”.

“Embora os custos iniciais dos testes em massa possam parecer elevados, os nossos resultados demonstram que esta abordagem é uma forma rentável de salvar vidas e de mitigar as ameaças sem precedentes colocadas pela pandemia até que muitas mais pessoas sejam vacinadas”, explica uma das autoras da Universidade de Austin, nos Estados Unidos, citada pela Europapress.