Médicos italianos insistem: Só um novo confinamento nacional pode reduzir a ‘drástica’ taxa de infeção

A Itália ultrapassou esta quarta-feira um milhão de casos de Covid-19. O número de mortes continua a subir durante a segunda vaga da pandemia, que está a sobrecarregar cada vez mais os hospitais italianos. Neste sentido, vários médicos têm apelado à implementação de um novo confinamento nacional, apesar da resistência do governo em voltar a decretar esta medida.

“Precisamos de um confinamento geral como o de março e abril, talvez durante duas ou três semanas ou um mês, a fim de reduzir a taxa de infeção”, apelou o vice-presidente de uma federação de médicos italianos, disse Giovanni Leoni.

“O número de internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI) duplica a cada dez dias e a esta velocidade será muito difícil garantir cuidados aos doentes com outras doenças”, acrescentou o médico, citado pelo The Guardian.

Outras 623 mortes por covid-19 foram registadas esta quarta-feira – a maior contagem diária desde o início de abril – e registaram-se mais 32.961 infeções. A Itália é o terceiro país europeu, depois de Espanha e França, a ultrapassar um milhão de casos.

A Itália foi o primeiro país da Europa a ser atingido pela pandemia e um dos mais afetados pela primeira vaga. Atualmente, é o segundo país europeu com o maior número de óbitos (quase 43 mil), depois do Reino Unido (com mais de 50 mil).

Médicos italianos já avisaram, esta semana, que o número de vítimas mortais poderá chegar a mais de 10.000 mortes num mês, a não ser que fossem tomadas medidas drásticas.

Há agora 29.444 pessoas hospitalizadas com covid-19 em todo o país – o número mais elevado desde o início da pandemia.

O limiar crítico dos doentes Covid que ocupam 30% das UCI já foi ultrapassado em algumas regiões, e os hospitais estão a lutar para encontrar espaço para os pacientes em enfermarias gerais.