Manual da Al Qaeda e veneno encontrados: adolescente que matou menina portuguesa num ataque de faca no Reino Unido é acusado de terrorismo
O adolescente acusado de assassinar três meninas num ataque com uma faca em julho último, durante uma aula de dança em Southport, no Reino Unido, vai enfrentar uma acusação de terrorismo.
Axel Rudakubana, com 17 anos na altura, enfrenta também três acusações de homicídio, 10 acusações de tentativa de homicídio e uma acusação de porte de faca na sequência do atentado que vitimou a luso-britânica Alice da Silva Aguiar, com apenas 9 anos – assim como Bebe King, de 6, Elsie Dot Stancombe, de 7 anos. Oito outras crianças também sofreram ferimentos na sequência do ataque.
O jovem, agora já maior de idade, foi acusado de possuir um estudo militar de um manual de treino da Al-Qaeda e de fabricar veneno de ricina – uma toxina biológica. O manual, um PDF intitulado ‘Estudos militares na Jihad contra os tiranos’, e o veneno foram encontrados durante uma busca à sua casa, disse a polícia britânica.
Para que um ato seja formalmente tratado como terrorismo pelas autoridades do Reino Unido, tem de passar por uma série de testes legais elaborados há mais de duas décadas e estabelecidos na Lei do Terrorismo de 2000.
A lei estabelece que o incidente deve envolver o uso ou ameaça de violência grave, ou danos graves à propriedade, ter o objetivo de influenciar o Governo, intimidar o público ou uma parte do público, e ter como objetivo promover uma meta política, causa religiosa, racial ou ideológica.
Embora os dois primeiros obstáculos sejam rapidamente ultrapassados em casos que envolvem bombardeamentos, esfaqueamentos e violência em massa, a necessidade de provar que um ataque se destina a promover uma causa mais vasta revela-se atualmente cada vez mais difícil.
O ataque gerou protestos generalizados e desordem em todo o Reino Unido, que foram alimentados por especulações online sobre o agressor e os seus motivos, incluindo alegações imprecisas de que era um requerente de asilo.
Os motins causaram dezenas de polícias feridos, contentores de lixo incendiados e veículos policiais incendiados. Desde 29 de julho, a polícia realizou um total de 1.590 detenções e apresentou um total de 1.015 acusações, segundo o Conselho Nacional de Chefes de Polícia.