‘Make Europe Great Again’: regresso de Trump à Casa Branca vai fazer florescer movimento ‘MEGA’ na Europa

A cerimónia de tomada de posse de Donald Trump, na passada segunda-feira, deu um vislumbre nas relações políticas que floresciam entre o novo presidente americano e os dignitários estrangeiros selecionados, entre britânicos e europeus, vindos de um espectro variado da direita política, apontou esta quarta-feira o jornal ‘The Independent’.

Os grupos nacionalistas de extrema-direita no Parlamento Europeu estavam bem representados. Mas não só: sentada ao lado do presidente Javier Milei, da Argentina, estava a primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni. Entre as ausências mais notáveis esteve a de Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, que não se sabe se terá sido convidado – também líderes de outro dos partidos de extrema-direita mais bem-sucedidos da Europa, o Rally Nacional (França), foram deixados à margem. No entanto, Éric Zemmour, líder do Reconquête, esteve presente. Já Alice Weidel, líder da direita populista alemã Alternativ für Deutschland (AfD), foi convidada, mas em vez disso enviou o seu co-líder, Tino Chrupalla.

De acordo com a publicação britânica, a tomada de posse de Trump não foi apenas uma vitória para o movimento ‘MAGA’ (‘Make America Great Again’), mas também para os ‘MEGA’ – aqueles que agora querem tornar a Europa grande outra vez. Se os principais representantes da UE – Ursula von der Leyen, António Costa e Kaja Kallas – estiveram ausentes, o Capitólio estava repleto de populistas de direita e políticos de extrema-direita de todo o Velho Continente.

Houve também um contingente considerável do Reino Unido, que incluía os antigos primeiros-ministros, Boris Johnson e Liz Truss; a ex-secretária do Interior Suella Braverman, e em representação oficial do Partido Conservador, a secretária dos Negócios Estrangeiros ‘sombra’, Priti Patel. O líder do Partido Reformista do Reino Unido, Nigel Farage, também esteve, mas, para seu desgosto, não lhe foi concedido um lugar no Capitólio parra a cerimónia propriamente dita.

As mensagens de linha dura de Trump, durante a sua campanha eleitoral, foram ouvidas e apreciadas por um número crescente de eleitores na Europa: os partidos de extrema-direita já estão no poder em grande parte do Velho Continente e as recentes eleições para o Parlamento Europeu marcaram uma mudança para a direita. Este sucesso foi atribuído à mesma desconfiança dos eleitores no Governo, à mesma hostilidade a mais imigração, à mesma aversão a travar guerras estrangeiras.

Agora, há dois caminhos para o crescente movimento ‘MEGA’… e todos dependem de Trump: se o presidente eleito dos EUA falhar a maioria dos seus objetivos – seja por decisões judiciais, por resistência pública ou forças fora do seu controlo (como novas guerras estrangeiras) -, o trumpismo não sobreviverá a Trump. Mas se tiver sucesso, os defensores do liberalismo europeu devem começar já a preparar defesas.