Mais de 250 mil portugueses obrigados a ter dois empregos. Maioria são licenciados
Em 2023, no em que o desemprego voltou a aumentar em Portugal, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), subiu o número de trabalhadores no nosso País que tinham dois ou mais empregos: foram 251.100.
De acordo com os dados citados pelo Expresso, no ao passado foram mais 16.200 pessoas que se viram obrigadas a encontrar fonte adicional de rendimento, um aumento de 7% face a 2022.
Os mais de 250 mil trabalhadores em Portugal com dois ou mais empregos representam o valor mais alto registado pelo menos desde 2011, indica o INE.
Apesar da instabilidade económica, a população empregada tem mantido trajetória de crescimento, atingindo também o valor mais alto desde 2011, mais de 4,9 milhões de pessoas (mais 97 mil do que em 2022), mas no lao do desemprego não é bem assim.
Os dados do INE, revelados esta semana, indicam um agravamento da taxa de desemprego para 6,5%, ainda assim abaixo da estimativa de 6,7% que o Governo apresentava no último Orçamento do Estado. è um aumento de 0,4% face a 2022, mas, entre os mais jovens (16-24 anos) a taca de desemprego aumentou em 1,2 pontos percentuais face a 2022, ficando nos 20,3%.
A análise revela também que a maioria dos trabalhadores que acumulavam dois empregos tinha formação superior (um total de 141.900). Dos mais de 250 mil, 55.800 tinham o ensino secundário e 53.300 o ensino básico completo.
No entanto, foi entre os profissionais apenas com o terceiro ciclo do ensino básico que o duplo emprego mais aumentou face a 2022, subindo 10,8%. Nos trabalhadores com ensino superior, este indicador cresceu 5,6% no último ano.
A análise ao mercado de emprego revela ainda aumento da precaridade, com aumento do peso dos contratos precários, pela primeira vez desde 2019. Representam agora 17,4% do total, mais 0,9 pontos percentuais do que em 2022.