Mais de 14 mil vítimas de tráfico humano na UE. 72% são do sexo feminino
Os países da União Europeia (UE) reportaram cerca de 14.145 vítimas de tráfico de seres humanos entre 2017 e 2018, 72% das quais eram do sexo feminino, de acordo com um relatório da Comissão Europeia divulgado esta quinta-feira.
Segundo os mesmos dados, cerca de um quarto do total de vítimas, 22%, eram crianças, contudo a Comissão alerta para a possibilidade de o número real ser muito maior, devido à falta de dados consistentes e comparáveis.
Los países de la UE notificaron 14 145 víctimas de trata de personas entre 2017 y 2018 y el 72% eran mujeres y niñas. Las cifras pueden ser mayores debido a la falta de datos.
Descubre cómo quiere el Parlamento acabar con la trata. 👉 https://t.co/VLJ5ibCulC pic.twitter.com/r3UnTQ0aaS
— Parlamento Europeo (@Europarl_ES) February 11, 2021
Mais de metade, cerca de 60%, das vítimas registadas foram traficadas para exploração sexual; 15% para outros tipos de trabalho forçado e outros 15% por motivos como tráfico de órgãos ou escravatura doméstica. Cerca de metade, 49%, são provenientes de algum dos estados-membros da UE.
O organismo europeu revela ainda que quase três quartos dos traficantes registados eram do sexo masculino, a maioria cidadãos do bloco.
Visto como uma forma «moderna» de escravatura, o tráfico de seres humanos é um dos crimes que mais aumentam, num contexto marcado pelas novas tecnologias, fluxos migratórios e agora, a crise da Covid-19, que criam novos riscos e desafios em toda a UE.
Desta forma, os eurodeputados apelam a regras mais restritas contra esta prática, nomeadamente através da criminalização do «uso consciente de serviços sexuais», bem como de medidas de proteção infantil mais rigorosas e de uma proteção reforçada para migrantes e requerentes de asilo, que são particularmente mais vulneráveis a este flagelo.