Maduro entregou espingardas russas a grupos de milícias para a tomada de posse presidencial

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, inaugurou, na passada terça-feira, os ODIS, que terão o poder político, militar e policial para defender, nas suas palavras, a “paz e a revolução chavista” a poucos dias da tomada de posse presidencial.

Na transmissão na ‘Venezolana de Televisión’ (VTV), Maduro elogiou a entrega de espingardas russas aos milicianos do ODIS ao assinar o decreto que formou “pela primeira vez” e dar posse a este grupo de defesa.

Vestido com um uniforme militar camuflado, Maduro descreveu o ODIS como “o órgão máximo a nível nacional, a nível estadual, a nível municipal e comunal que integra todo o poder político da Venezuela”, o poder popular, as Forças Armadas, a Milícia Nacional Bolivariana “como componente especial” da instituição militar e das forças policiais.

Maduro afirmou que estes grupos já estarão a funcionar, em particular nos dias 8 e 9, véspera da data fixada pela Constituição para a tomada de posse presidencial.

Os milicianos, por sua vez, que tinham saído do Quartel de la Montaña 4F, o antigo Museu Militar convertido no mausoléu de Hugo Chávez, marcharam até ao Palácio Miraflores com as suas espingardas russas.

Os grupos ODIS eram formados por centenas de milicianos e trabalhadores de empresas estatais e organizações públicas, que Maduro armou com espingardas russas três dias antes da sua terceira tomada de posse.

A criação do ODIS bolivariano é um plano antigo do falecido presidente Hugo Chávez que o seu sucessor Maduro retirou do pó. O plano era formar grupos de trabalhadores e milicianos armados em todas as fábricas, empresas, empresas estatais e estabelecimentos públicos para defender a revolução ao melhor estilo soviético.