Madeira: Escutas revelam que Pedro Calado tratava patrão do grupo AFA por “chefe”. Ex-autarca tinha diamante na mesa de trabalho
O complexo esquema de corrupção na Madeira, que levou à detenção de Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia, é revelado em várias escutas feitas aos arguidos.
Segundo relata o Correio da Manhã, as conversas comprometedoras entre os envolvidos foram transcritas para o processo e já são do conhecimento dos detidos.
Nas interceções das conversas, assinala a TVI, destaca-se que o ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, referia-se ao dono do grupo AFA, Avelino Farinha como “chefe” ou “querido”.
Para além das escutas, foram recolhidos milhares de documentos em papel e formato digital nas mais de 100 buscas desenvolvidas na Região Autónoma da Madeira e no continente.
Nas diligências da PJ, foram identificados 67 mil euros nas contas de Calado, que este diz serem da mulher, e 30 mil euros em contas da filha do ex-autarca. Na casa da mãe de Pedro Caldo as autoridades encontraram envelopes da autarquia com um total de 46 notas de 200 euros.
Segundo a investigação, seria o motorista que tratava do transporte do dinheiro. Da mesma forma, a PJ encontrou 15 relógios de luxo.
Mas, talvez o objeto mais curioso encontrado nas buscas, foi um diamante. Pedro Calado tinha esta joia embrulhada em papel vegetal, na sua mesa de trabalho da Câmara Municipal do Funchal. O diamante acabou apreendido pela PJ.
Recorde-se que as buscas na Madeira decorreram há uma semana, mas os detidos ainda não foram ouvidos. O processo já não está em segredo de justiça interno, e os advogados pediram acesso a todas as provas, numa altura em que, ontem, a PJ fez chegar 30 caixotes com os documentos pedidos, antes de os detidos serem interrogados por juiz. Também a greve de funcionários judiciais, que obriga os interrogatórios a terminar às 17h30, tem levado aos adiamentos verificados.