Kia nega estar em conversações com a Apple

De acordo com a agência de notícias Reuters, a sul-coreana Kia anunciou que não está em conversações com a Apple sobre a construção de um novo veículo elétrico, fazendo derrapar as suas ações em bolsa. Recorde-se que ainda na semana passada as ações da empresa dispararam depois de media locais avançarem com a informação contrária.

Perante o mais recente anúncio, as ações da Hyundai deslizaram 6% e as da Kia caíram 15%, num total de 5,5 mil milhões de dólares.

O anúncio fez cair o pano sobre várias semanas de alegadas divisões internas no grupo Hyundai, com alguns executivos a expressarem preocupações quanto a um contrato com a Apple com o objetivo de construir um veículo elétrico para a tecnológica americana.

“Estamos a receber pedidos de colaboração para o desenvolvimento de veículos elétricos autónomos por parte de várias empresas, mas tudo está numa fase inicial e nada foi ainda decidido”, disse o grupo sul-coreano esta segunda-feira. E acrescentou: “Não estamos a falar com a Apple sobre o desenvolvimento de veículos autónomos”.

As ações da Kia chegaram a subir 61% desde que a Hyundai confirmou em janeiro, a uma publicação sul-coreana, que estaria em discussões com a Apple para desenvolver carros elétricos autónomos em 2027 e baterias em fábricas da Hyundai e da Kia nos Estados Unidos. Na altura, a Hyundai disse que as conversações estavam numa fase inicial e que nada estava decidido, mas mais tarde retirou do seu discurso todas as menções à Apple, referindo-se de forma global a conversas com várias empresas.

Já na semana passada, quando um media local anunciou que a Kia e a Apple já teriam chegado a acordo, foi mesmo avançada uma data para a assinatura do contrato: 17 de fevereiro.

A Hyundai é tradicionalmente conhecida por ser relutante a trabalhar com outsiders, e produz motores, transmissões e até metalurgia através de uma cadeia de fornecimento vertical que é o segundo maior conglomerado da Coreia do Sul. Apesar da subida vertiginosa das ações em bolsa perante um possível acordo com a Apple, a oposição interna terá sido considerável, de acordo com fontes da Apple.