Julgamento do ‘impeachment’ de Trump vai colidir com os primeiros 100 dias de Biden
O julgamento de ‘impeachment’ do Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, vai colidir diretamente com a tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden.
Na ausência de consentimento de todos os 100 senadores, o julgamento de Trump por “incitamento à insurreição” terá início às 13 horas do dia 20 de janeiro – apenas uma hora depois de Biden tomar posse e de Trump se tornar um ex-Presidente.
E apenas o mesmo consentimento de todo o Senado permitirá que a Câmara dos Representantes crie dois caminhos: um para confirmar o gabinete de Biden e aprovar a respetiva agenda legislativa, e outro para o julgamento para destituir Trump.
“Sou totalmente a favor da responsabilização. Mas quero ter a certeza de que damos prioridade aos nossos assuntos de uma forma que faça com que o Gabinete se estabeleça e a legislação para a covid-19 avance rapidamente”, disse o Senador democrata Chris Murphy numa entrevista ao Politico.
“Especialmente depois dos acontecimentos da última semana [invasão do Capitólio], é tão crítico mostrarmos uma transição pacífica e eficiente do Gabinete de Trump para o de Biden”, acrescentou.
Dado que muitos republicanos se opõem ao ‘impeachment’ ou pensam que não é sequer constitucional uma vez que, por essa altura, Trump já terá deixado o cargo, pode ser difícil conseguir a cooperação de que Biden necessita para tratar de um julgamento juntamente com as nomeações do seu Gabinete e começar a trabalhar num novo projeto de lei de estímulo no âmbito da pandemia.
Joe Biden e outros democratas consideram fundamental fazer um acordo que faça ambas as coisas, ou seja, que privilegie a agenda do Presidente eleito mas também o julgamento de Trump.
Tudo isto faz com que o Gabinete de Biden tenha um grau de dificuldade ainda maior nos primeiros dias do seu mandato.
Trump é alvo de segundo ‘impeachment’. O que acontece a seguir?