Juiz português suspeito de tentar lavar 100 milhões de euros com redes de terrorismo e prostituição ilegal

Hélder Claro, o juiz expulso em abril deste ano pelo Conselho Superior da Magistratura, está a ser alvo de uma investigação abrangente que abrange vários crimes, incluindo branqueamento de capitais. Entre as suspeitas mais graves está a possível tentativa de lavar dinheiro ligado ao terrorismo. Em particular, estão em causa 100 milhões de euros que o ex-magistrado tentou transferir em quatro tranches para o Millennium BCP e, posteriormente, para a Caixa Geral de Depósitos. Os bancos recusaram-se a aceitar as transações e alertaram as autoridades, o que levou à abertura de um processo-crime em 2018.

Segundo o Correio da Manhã, Hélder Claro pretendia abrir uma conta em nome de Farzin Koroorian Motlagh. Este nome despertou imediatamente suspeitas no sistema bancário, não só devido aos montantes envolvidos mas também porque um indivíduo com nome idêntico foi detido na Rússia ao tentar entrar com 20 biliões de euros. Supostamente, esta fortuna pertencia ao ex-Presidente do Iraque, Saddam Hussein, e destinava-se a financiar redes terroristas no Irão.

Durante a investigação ao juiz, surgiram rapidamente outras suspeitas. Hélder Claro foi identificado como sócio oculto de uma sociedade com interesses imobiliários, e as suas comunicações telefónicas desencadearam investigações em diversas câmaras municipais, incluindo Gaia, Espinho e Porto.

Além disso, Hélder Claro foi apanhado em conversações com Joca, um ex-polícia atualmente em prisão preventiva por liderar uma rede internacional de tráfico de droga. O juiz é suspeito de branqueamento de dinheiro através da utilização de criptomoeda.

A investigação revelou ainda que Hélder Claro estaria envolvido na liderança de uma rede de prostituição ilegal. Enquanto juiz em Matosinhos, ele terá pedido a uma ex-amante que ajudasse a trazer mulheres para Portugal sob falsos pretextos, indicando-lhes que viriam trabalhar em clubes noturnos e não em casas de alterne.

Hélder Claro foi demitido das suas funções, e o processo que corria no Tribunal da Relação do Porto deverá agora baixar para a primeira instância, uma vez que o juiz já não beneficia de qualquer foro especial. Hélder Claro é arguido desde 20 de junho de 2023.

Esta série de revelações e investigações em torno de Hélder Claro sublinha a gravidade das alegações contra o ex-magistrado. A extensão dos seus supostos crimes, desde branqueamento de capitais e ligações ao terrorismo até à liderança de redes de tráfico humano e prostituição, levanta sérias questões sobre a integridade e segurança do sistema judicial. As autoridades continuam a aprofundar as investigações, procurando trazer à luz toda a verdade por detrás destas atividades ilícitas.

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