Já fez as compras todas para a Passagem de Ano? Amanhã há greve na grande distribuição e os supermercados podem ser afetados
Os trabalhadores do setor da distribuição voltam a paralisar as suas atividades amanhã, 31 de dezembro, em protesto contra a falta de progressos nas negociações salariais e condições laborais. A paralisação, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Sitese), ocorre uma semana após a greve de 24 de dezembro, que coincidiu com a intensa movimentação do período natalício.
O Sitese justifica a greve com a necessidade de “aumentos salariais justos que reflitam o esforço e a dedicação dos trabalhadores”, segundo comunicado divulgado no seu site. O sindicato defende ainda melhorias nas condições laborais, destacando a urgência de garantir uma melhor conciliação entre a vida profissional e familiar.
“A situação tornou-se insustentável. Os trabalhadores não podem continuar a ser penalizados com salários que não acompanham o custo de vida, especialmente quando enfrentam cargas horárias extenuantes durante períodos críticos como o Natal e o Ano Novo”, afirmou um porta-voz do sindicato.
A paralisação de 24 de dezembro afetou significativamente o funcionamento das grandes superfícies comerciais, com relatos de redução de serviços e longas filas em algumas lojas. A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) lamentou o impacto da greve e apelou ao diálogo, mas até ao momento não foram anunciados avanços concretos nas negociações.
Para amanhã, espera-se um cenário semelhante, com possíveis perturbações no abastecimento e no atendimento ao público. O sindicato mantém a pressão, sublinhando que os trabalhadores já demonstraram paciência ao longo de 2024, mas consideram inaceitável iniciar 2025 sem respostas às suas exigências.
Esta não é a primeira vez que o setor enfrenta paralisações nesta época do ano. Em dezembro de 2023, o Sitese também convocou greves semelhantes, com reivindicações idênticas. Na altura, o sindicato denunciou a “falta de sensibilidade” das empresas para reconhecerem o esforço dos trabalhadores em períodos de grande intensidade laboral.
A greve de amanhã promete encerrar o ano com um sinal claro de insatisfação no setor, que desempenha um papel crucial na economia portuguesa. As atenções estarão voltadas para o impacto nas operações das grandes cadeias de distribuição e para a capacidade de ambas as partes encontrarem uma solução negociada em 2025.