Insolvências aumentam no primeiro semestre e podem chegar perto dos 20% no final do ano
Nos primeiros seis meses de 2023, registou-se um aumento das insolvências na ordem dos 12%, mas este número pode ainda agravar-se significativamente até ao final do ano.
De acordo com os dados da COSEC – Companhia de Seguro de Crédito, o segmento das micro e pequenas empresas (com uma faturação abaixo dos 500 mil euros) registou o maior número de insolvências no final do primeiro semestre.
Já no que respeita à longevidade, o maior número de insolvências foi registado nas empresas com uma década, ou mais, de vida.
Em termos geográficos, o Porto foi o distrito que registou maior número de insolvências, com um crescimento de 14% face ao período homólogo, seguido pelo distrito de Lisboa.
Os setores dos Serviços e da Construção continuam a ser as duas áreas de atividade mais afetadas pelo aumento das insolvências, seguindo-se os setores dos têxteis e retalho, que registaram no mês de junho ligeiros aumentos face ao período homólogo.
Os dados da Allianz Trade, acionista da COSEC, mostram que a economia portuguesa está a acelerar, devendo fechar o ano com um crescimento de 2,5%, situando-se assim acima da média da Zona Euro.
Para além disso, Portugal deve terminar o ano com uma taxa de inflação de 5,3%, ligeiramente abaixo dos 5,6% estimados para o bloco da moeda única.
No entanto, os números de insolvências dos últimos anos foram atípicos, tendo em conta os apoios que os Governos tiveram de prestar às empresas na sequência da pandemia de Covid-19. O fim destes apoios e o regresso à normalidade está a ditar um regresso também das insolvências das empresas.
Esta tendência tenderá a agravar-se ao longo do ano, quer pela evolução recente da inflação, quer pela política que o Banco Central Europeu promete manter para garantir a estabilidade de preços.
“Pela tendência já registada nos primeiros seis meses do ano, bem como pelo agravamento destes fatores macroeconómicos, mantemos a estimativa para Portugal de, no final do ano, termos um nível de insolvências na casa dos 19%”, afirma Vassili Christidis, CEO da COSEC.