Imunidade à covid-19 pode durar anos (ou mesmo décadas), indica novo estudo

Um novo estudo mostra que a imunidade ao novo coronavírus pode durar vários anos, ou até mesmo décadas, nas pessoas que já tiveram covid-19 e que os anticorpos podem permanecer mesmo oito meses após a infeção.

A investigação, conduzida pelo Instituto de Imunologia La Jolla, na Califórnia, Estados Unidos foi publicada esta terça-feira, mas ainda não foi revista por pares. No entanto, é o estudo mais abrangente e de longo alcance sobre imunidade ao novo coronavírus até à data.

As amostras de sangue de doentes recuperados sugeriram uma resposta imunitária poderosa e duradoura. A maioria das pessoas que recuperaram da covid-19 ainda têm células imunitárias suficientes para combater o vírus e prevenir a doença após oito meses. Uma lenta taxa de declínio a curto prazo sugere que estas células podem persistir no corpo por muitos anos.

“A quantidade de anticorpos provavelmente impediria a grande maioria das pessoas de serem hospitalizadas com covid-19 grave durante muitos anos”, disse um virologista do Instituto La Jolla de Imunologia que co-liderou o novo estudo, Shane Crotty, citado pelo The New York Times.

A investigação coincide com outra descoberta recente: as pessoas que foram infetadas pelo SARS, causados por outro coronavírus, ainda transportam certas células imunitárias 17 anos após a recuperação.

Os dados, animadores para a comunidade científica, são consistentes com resultados de outros laboratórios, que chegaram à conclusão que as células armazenavam imunidade durante vários meses.