Imigração, tarifas comerciais e guerras: Quais são as prioridades de Trump mal tome posse como Presidente dos EUA?

Com a posse de Donald Trump como o 47.º presidente dos Estados Unidos marcada para hoje, as atenções estão voltadas para as suas promessas de transformar o país rapidamente através de uma série de ações executivas. Trump, que assumiu um tom assertivo durante a campanha, prometeu que a sua administração começará com mudanças rápidas e decisivas.

De acordo com Allan Lichtman, professor distinto de história na American University, a imigração será uma prioridade no início do mandato de Trump. “Podemos esperar uma enxurrada de ordens executivas”, afirma Lichtman à Newsweek, indicando que estas ordens visam fechar fronteiras, enfraquecer programas de proteção estabelecidos pela administração anterior, reprimir jurisdições de santuário e dificultar o acesso à cidadania para filhos de imigrantes indocumentados nascidos nos Estados Unidos. “A sua intenção de facilitar planos de deportação em massa também estará em evidência”, acrescenta.

Ross K. Baker, professor emérito de ciência política na Rutgers University, reforça a expectativa de que a imigração estará no topo da agenda de Trump. “Ficaria surpreendido se Trump não liderasse com outra questão que não a imigração. Este tema foi central na sua campanha”, afirma Baker, referindo-se ao potencial destaque mediático que a aprovação de medidas como o Laken Riley Act poderá ter.

Políticas comerciais

Thomas Gift, professor associado de ciência política e diretor do Centre on US Politics (CUSP) na University College London (UCL), aponta as tarifas como uma das principais áreas de atuação de Trump na sua primeira semana. Gift lembra que as tarifas foram uma das políticas mais consequentes do primeiro mandato de Trump e prevê que ele use este instrumento como ferramenta de negociação. Contudo, adverte para possíveis desacordos dentro da administração sobre a agressividade com que estas tarifas serão aplicadas.

Thomas Whalen, professor associado de ciências sociais na Boston University, também prevê que Trump adotará uma postura dura em relação à China, com a possível imposição de tarifas punitivas sobre todas as importações chinesas. Whalen sugere que estas medidas podem ter impactos significativos, referindo-se a este momento como “o fim do mundo como o conhecemos”.

Reformas e ordens executivas

Lee M. Miringoff, diretor do Marist College Institute for Public Opinion, antecipa um início marcado por um “grande splash” de ordens executivas focadas em imigrantes ilegais e uma lista rápida de indultos iniciais. Estas ações, segundo Miringoff, demonstram a intenção de Trump de agir de forma decisiva logo nos primeiros dias.

Brandon Rottinghaus, professor de ciência política na University of Houston, observa que Trump terá de satisfazer duas coalizões distintas: a base, que exige reformas na imigração, e o público em geral, que procura redução de preços. “Qualquer coisa que ele faça terá de estar dedicada a uma destas duas áreas políticas”, afirma Rottinghaus.

Política externa e conflitos globais

No que toca à política externa, Whalen destaca que Trump poderá tomar uma posição assertiva em relação à guerra na Ucrânia. Ele prevê que Trump ameaçará cortar a ajuda militar à Ucrânia para forçar negociações de paz com a Rússia. Esta abordagem poderá representar uma mudança significativa na política externa dos EUA.

Com a sua posse iminente, Donald Trump enfrenta um vasto leque de desafios e promessas a cumprir. Desde a imigração à política comercial, passando por questões de política externa, os próximos passos de Trump serão cruciais para definir o rumo da sua administração. Especialistas apontam para uma presidência marcada por ações rápidas e decisões impactantes, que podem moldar significativamente o futuro dos Estados Unidos.