Hungria defende que UE deve falar com Trump antes de decidir renovar sanções à Rússia
O governo húngaro ainda não decidiu se apoiará a renovação das sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia, previstas para o final deste mês. A Hungria defende que a UE deve consultar a administração de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, antes de tomar uma decisão sobre o futuro do regime de sanções, afirmou o ministro húngaro para os Assuntos da UE, János Bóka, esta quinta-feira.
Necessidade de consulta prévia aos EUA
“Creio que é perfeitamente natural que, antes de decidirmos sobre a renovação das sanções por mais seis meses, consultemos a nova administração dos EUA para entender como veem o futuro do regime de sanções”, declarou Bóka aos jornalistas em Bruxelas. O ministro acrescentou que a Hungria ainda não definiu a sua posição final sobre o assunto, preferindo aguardar a opinião da administração Trump.
“Queremos reservar a nossa decisão até que saibamos qual será a visão da administração norte-americana sobre o futuro do regime de sanções”, reforçou Bóka.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, a UE implementou 15 pacotes de sanções contra Moscovo e está atualmente a trabalhar num 16.º conjunto de medidas. As sanções em questão abrangem vários sectores económicos e incluem o congelamento de ativos do banco central russo, conforme explicou o ministro húngaro.
A renovação das sanções pela UE ocorre a cada seis meses e exige unanimidade entre os 27 países membros. A posição da Hungria, tradicionalmente mais próxima da Rússia em termos económicos e políticos, pode influenciar significativamente a continuidade das medidas restritivas.
Recorde-se que a Hungria tem mantido relações económicas e políticas mais estreitas com Moscovo do que outros países da UE, o que tem gerado tensões dentro do bloco europeu, particularmente no contexto das sanções impostas devido à guerra na Ucrânia.