Honda e Nissan iniciam conversações para uma fusão, avança imprensa japonesa
A Honda Motor Co. e a Nissan Motor Co., dois dos maiores fabricantes automóveis do Japão, estão prestes a iniciar negociações formais para uma possível fusão, de acordo com uma notícia avançada esta terça-feira pelo jornal Nikkei. Esta união poderá, posteriormente, incluir também a Mitsubishi Motors Co., empresa na qual a Nissan detém uma participação de 24%.
A fusão está a ser analisada como uma forma de os dois gigantes automóveis enfrentarem a crescente pressão competitiva de fabricantes de veículos elétricos (EV), como a Tesla Inc. e várias marcas chinesas, incluindo a BYD. Com o mercado de EVs em franca expansão, especialmente na China, onde em novembro de 2023 se registaram cerca de 70% das vendas globais de veículos elétricos, a Honda e a Nissan têm lutado para acompanhar esta revolução tecnológica.
Segundo o Nikkei, as empresas planeiam assinar um memorando de entendimento para discutir os termos de um acordo que prevê a criação de uma nova holding. Sob esta entidade, ambas as companhias operariam de forma conjunta, consolidando as suas atividades num único conglomerado. As quotas de participação de cada uma na nova estrutura ainda estão em discussão e deverão ser definidas posteriormente.
O Nikkei também avança que a inclusão da Mitsubishi Motors neste acordo poderá transformar o conglomerado num dos maiores grupos automóveis do mundo. A aliança combinada entre Honda, Nissan e Mitsubishi teria o potencial de competir em escala global, especialmente contra outros grandes grupos, como a Stellantis, formada em 2021 pela fusão de Fiat Chrysler e PSA.
A Honda e a Nissan têm perdido quota de mercado na China, que é o maior mercado automóvel do mundo e o mais avançado em termos de eletrificação. Em 2023, as duas empresas registaram vendas globais combinadas de 7,4 milhões de veículos, mas têm enfrentado dificuldades para lucrar com os seus modelos elétricos.
Nos últimos meses, as duas marcas têm reforçado a sua cooperação. Em março de 2023, acordaram colaborar no desenvolvimento de veículos elétricos, e, em agosto, aprofundaram essa parceria ao assinar um acordo para trabalhar em conjunto no desenvolvimento de baterias, eixos elétricos e outras tecnologias associadas aos EVs.
Caso a fusão avance, será a maior operação deste tipo na indústria automóvel desde a criação da Stellantis, avaliada em 52 mil milhões de dólares. A união entre Honda, Nissan e possivelmente Mitsubishi poderá criar um dos maiores grupos automóveis do mundo, posicionando-o estrategicamente para competir no crescente mercado global de veículos elétricos.
Até ao momento, nem a Honda nem a Nissan comentaram oficialmente a notícia avançada pelo Nikkei. A agência Reuters, que também reportou o caso, sublinha que não conseguiu verificar de forma independente as informações publicadas.