Há seis tendências tecnológicas que vão afetar setor da segurança este ano: saiba quais

Em Portugal, na última década, o setor da segurança tem registado uma tendência de crescimento, e não há dúvidas de que as inovações tecnológicas estão a trazer-lhe enormes oportunidades, mas também vários desafios e mudanças rápidas.

Neste contexto, a Axis Communications, empresa líder em sistemas de vídeo em rede a nível global, indicou esta terça-feira as principais tendências tecnológicas que vão afetar o setor da segurança em 2025.

1. Arquiteturas de segurança híbridas para garantir liberdade de escolha

Nos últimos anos, a Axis já tinha destacado que forma como as arquiteturas híbridas – as que utilizam da melhor forma as tecnologias de Edge, Cloud e no local – se tornaram a escolha de eleição para as soluções de segurança.

Os fatores que determinam a escolha da arquitetura são exclusivos para cada organização, tendo em conta as suas preocupações e requisitos tecnológicos, legais, éticos e de governação. O ambiente de segurança está a evoluir rapidamente, pelo que a liberdade de escolha é imperativa.

As soluções híbridas oferecem liberdade de escolha para armazenar e/ou visualizar vídeos e ou gerir dispositivos, entre outros, combinando tecnologias de Edge, Cloud e no local para conseguir uma solução de sistema total otimizada, ou utilizando a sua flexibilidade como convier.

Seja por exigência das regulamentações locais e regionais emergentes, ou por preocupações com o controlo de dados, custos ou eficiência energética, as soluções híbridas vão continuar a oferecer a maior flexibilidade na criação das arquiteturas de segurança que melhor se adaptam às necessidades de negócio específicas e que permitem a expansão de um sistema.

2. Evolução da IA e da sua eficiência

O desenvolvimento da IA continua a avançar a toda a velocidade, e as tecnologias de deep learning estão presentes na maioria das soluções analíticas no setor da segurança, enquanto as novas tecnologias de IA generativa (GenAI) amadurecem rapidamente. De facto, as aplicações reais da GenAI no setor da segurança começam a ficar disponíveis, e cada passo da evolução traz consigo um novo conjunto de oportunidades, mas também considerações éticas, legais e de negócios.

A IA generativa pode ajudar os operadores a interagir com as soluções de segurança em linguagem natural; e a analítica baseada em deep learning, como o reconhecimento melhorado de objetos, pode ser passar a ser realizada nas próprias câmaras de vigilância.

No entanto, pelo menos num futuro previsível, os modelos de IA generativa são pesados e executá-los exige muita capacidade de computação e processamento.

Isto cria um debate sobre como equilibrar o custo da IA – o investimento financeiro, a utilização de energia e o impacto ambiental – com o seu valor. Estão a ser envidados muitos esforços para reduzir a dimensão dos modelos, mas mantendo a qualidade dos resultados; e a utilização crescente de tecnologias de IA apenas reforça as arquiteturas híbridas como padrão. Ao longo do tempo, e com todos os avanços, vão surgir sensores. soluções com capacidades cada vez mais proativas e que vão gerar conhecimentos valiosos em cenários de segurança para planeamento a longo prazo.

3. Ir além da segurança e proteção torna-se uma realidade

A utilização de tecnologias cada vez mais avançadas de computer vision, áudio, controlo de acessos e outras tecnologias conectadas continua a aumentar os casos de uso de segurança e proteção. A maior precisão da análise graças à aplicação da IA – particularmente no reconhecimento de objetos – significa que a resposta a incidentes pode ser mais rápida e eficaz do que nunca.

O que também é claro é que os dados gerados por sensores de todos os tipos – vídeo, áudio, ambientais e outros – podem beneficiar inúmeros casos de uso para além dos tradicionais. Embora ainda seja uma parte relativamente pequena do mercado, esperamos ver uma aceleração das aplicações para a eficiência operacional e a inteligência de negócios.

Esta tendência realça as oportunidades que traria uma maior colaboração entre os próprios clientes. A tecnologia que está a ser adquirida para um determinado caso de uso pode ser utilizada noutra área de uma empresa – por exemplo, os dados gerados por câmaras de vídeo utilizadas principalmente para fins de segurança podem ser analisados ao longo do tempo para melhorar a experiência do cliente ou dos colaboradores, a sustentabilidade ou a eficiência dos processos.

4. O “renascimento” da qualidade da imagem

A qualidade de imagem tem sido sempre, naturalmente, uma prioridade para o setor da segurança, mas este ano a tendência está em como as imagens dos sensores visuais estão a ser utilizadas e nas oportunidades acrescidas que traz uma melhor qualidade de imagem.

As imagens estão agora a ser vistas e analisadas inicialmente por computadores e não por humanos, e que estão a ser vistas de forma contínua e não apenas quando ocorre um incidente.

Os avanços na analítica e na IA significam que uma imagem de maior resolução conduzirá inevitavelmente a melhores resultados, seja qual for o caso de uso. O reconhecimento de objetos será mais preciso e vão ser gerados dados (e metadados) mais detalhados.

Assim, surgem oportunidades de eficiência e eficácia: uma única câmara com uma qualidade de imagem muito superior pode cobrir uma área tão grande como a que anteriormente teria sido necessária para várias câmaras. As imagens de maior resolução também permitem, por exemplo, análises de grandes multidões, de cruzamentos de tráfego intenso ou de linhas de produção em ritmo rápido.

5. O valor a longo prazo está no suporte do software

No segmento superior do setor da segurança, a qualidade do hardware tem vindo a melhorar de ano para ano. Atualmente, os dispositivos de hardware podem ter um desempenho e capacidades de tal qualidade, que as expectativas quanto à sua vida útil são mais elevadas do que nunca.

No entanto, embora o hardware de qualidade possa durar muitos anos, é o suporte contínuo de software que define a funcionalidade de uma câmara, incluindo a cibersegurança, e, por conseguinte, o seu valor ao longo da vida útil.

É essencial que os fornecedores se comprometam a prestar assistência ao software durante toda a vida útil prevista do hardware, e que esse software continue a melhorar-se e a desenvolver as capacidades da câmara e a mantê-la tão segura quanto possível.

Isto também contribui para o custo total de propriedade do hardware. Um investimento numa câmara de melhor qualidade, com suporte de software abrangente durante todo o seu ciclo de vida, acabará por ser uma solução mais eficaz e eficiente.

6. Autonomia tecnológica para benefício do cliente

Os vendedores de tecnologia com mais autonomia sobre as suas tecnologias de base estão claramente em melhor posição para apoiar as necessidades dos clientes, pois podem incorporar nos seus produtos capacidades e funcionalidades específicas alinhadas com elas. Esta abordagem à propriedade da tecnologia de base também permite que um fornecedor mantenha o seu compromisso de ser “seguro desde a conceção”.

Para além disso, um maior controlo sobre a tecnologia – a nível de componentes ou mesmo de materiais – é um pré-requisito importante para atenuar mais eficazmente os riscos de perturbações das cadeias de abastecimento globais, facilitando a satisfação dos requisitos dos clientes quando necessário.

Já estamos a ver empresas que tradicionalmente seriam vistas como fornecedores de software a criarem os seus próprios semicondutores para ganhar mais controlo sobre a sua prestação de serviços – particularmente na área da IA –, e prevemos que esta tendência continue em todos os setores.

“Inovar a tecnologia pela tecnologia não serve o propósito de ninguém – as inovações devem estar alinhadas com as prioridades dos utilizadores finais”, comentou Bruno Azula, Sales Manager Sales and Portugal da Axis Communications. “Isto significa que os fornecedores de segurança devem apoiar os objetivos dos clientes em termos de segurança e proteção, eficiência operacional e inteligência de negócios, mas também a sua postura de cibersegurança, o compromisso com a sustentabilidade através de soluções energeticamente eficientes, e a flexibilidade e liberdade de escolha através de tecnologias e plataformas baseadas em normas abertas.”