Portugal pode ter caído “na armadilha dos países de rendimento intermédio”: Eis o novo estudo da FFMS
Nos próximos dias 22 e 23 de Outubro, no Páteo da Galé em Lisboa, será apresentado o novo estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), “Do made in ao created in: um novo paradigma para a economia portuguesa”.
O envelhecimento da população e a transição climática terão um forte impacto na economia portuguesa. A resposta a estes grandes desafios exige um novo paradigma de criação de riqueza assente no conhecimento, nas qualificações e na inovação: o paradigma ‘created in’. Que fragilidades caracterizam a economia portuguesa? Que políticas públicas podem ajudar a promover o crescimento sustentável da economia portuguesa na próxima década?
Para responder a estas e outras perguntas e incentivar o debate público sobre as medidas necessárias para um novo modelo de crescimento económico que permita aumentar o bem-estar social durante a próxima década, a FFMS organiza o encontro “Desafiar Portugal: oportunidades para a próxima década”.
Esta análise aborda sete áreas distintas: “Ambiente económico: concorrência, mercados e fiscalidade; Sistema científico e tecnológico; Qualificações e mercado de trabalho; PME inovadoras; Território e infraestruturas; Investimento direto estrangeiro e cadeias de valor globais; e Estratégia nacional para o mar”.
Este projeto de investigação foi desenvolvido por uma equipa alargada de reputados economistas nacionais, coordenada por Fernando Alexandre, da Universidade do Minho, e contou desde o início com um Comité de Acompanhamento (Steering Committee) que inclui alguns dos investigadores mai
conceituados em ciência económica no panorama internacional – tais como David Autor (MIT), Thomas Philippon (NYU), Ricardo Reis (LSE) e Sérgio Rebelo (Northwestern University), entre outros – que validaram os seus resultados. Cada uma das sete áreas de investigação foi desenvolvida por uma equipa de investigadores especialistas, tendo as equipas sido constituídas especificamente para este efeito.
O estudo conclui que um crescimento económico mais robusto e uma maior convergência em relação à União Europeia são essenciais para reduzir a pobreza e as desigualdades, garantir a sustentabilidade da dívida pública e da Segurança Social e evitar o círculo vicioso de menor crescimento, mais emigração, menor crescimento em Portugal.
O documento afirma ainda que a longa estagnação do crescimento económico e a interrupção do processo de convergência no século XXI refletem o esgotamento de um modelo de desenvolvimento e sugerem que a economia portuguesa poderá ter caído na “armadilha dos países de rendimento intermédio”.