Governo aprova localização do novo aeroporto esta tarde: escolha deve recair em Alcochete
O Governo vai reunir-se, esta tarde – a partir das 15h30 -, para aprovar a localização do novo aeroporto de Lisboa: de acordo com o jornal ‘Expresso’, a localização decidida pelo Executivo deve seguir a recomendação de Alcochete, dada pela Comissão Técnica Independente (CTI).
Este Conselho de Ministros não estava planeado, mas foi inserido esta terça-feira na agenda do primeiro-ministro, que vai presidir à reunião.
Recorde-se que o programa do Governo liderado por Luís Montenegro deixou expresso o compromisso de uma decisão rápida sobre a localização do novo aeroporto e arranque da sua construção com a maior brevidade possível. “Concluir o processo de escolha do Novo Aeroporto de Lisboa e iniciar com a maior brevidade possível a sua construção, bem como de outras infraestruturas indispensáveis, nomeadamente a Ferrovia e o TGV (Alta Velocidade)”, é uma das medidas previstas no Programa do XXIV Governo Constitucional que foi entregue pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.
O documento com 184 páginas, apesar das poucas referências ao novo aeroporto, reitera o compromisso assumido pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, antes de ser eleito, de decidir sobre a localização da infraestrutura nos primeiros dias após a entrada em funções do Executivo.
O Governo salienta também a necessidade de “atrair transporte aéreo regular e diversificado nos aeroportos nacionais”, bem como de “melhorar as condições de processamento de carga e passageiros” naquelas infraestruturas.
“Os setores da aviação e aeroportuário têm sido dominados na última década por decisões e indecisões paralisantes: a falta de capacidade do Aeroporto Humberto Delgado e o adiamento da escolha da melhor opção de expansão, bem como o atribulado processo de nacionalização da TAP, que deixa a companhia numa encruzilhada quanto ao futuro”, lê-se no programa aprovado em Conselho de Ministros.
A opção que envolve o Campo de Tiro de Alcochete foi identificada pela CTI como a que apresenta mais vantagens, entre as duas soluções viáveis para um ‘hub’ (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental.
De acordo com CTI responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.
Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como ‘hub’ foram classificadas como “inviáveis para um ‘hub’ intercontinental”, por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras “devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea”.
Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único “não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)”, apontou a CTI.
A recomendação e estratégia recomendada pela CTI passa por um “modelo dual”, ao início, “que é inevitável, porque o aeroporto Humberto Delgado só pode fechar quando houver pista com capacidade de o substituir que vai levar a algum tempo. Onde haja capacidade de expansão e efetivamente beneficiar da posição estratégica em relação à rede transeuropeia”.
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