Governo americano ameaça ‘desmembrar’ Google para impedir monopólio das pesquisas online
O Governo americano está a considerar o ‘desmembramento’ do maior motor de busco do mundo, a Google, que acusou de causar “danos perniciosos” aos americanos: de acordo com os britânicos da ‘BBC’, o Departamento de Justiça (DOJ) tem considerado diversas soluções desde a decisão judicial histórica em agosto último, que concluiu que a Google esmagou ilegalmente os seus concorrentes nas procuras online.
Se o DOJ prosseguir com as soluções propostas — e estas forem aceites pelo juiz do caso — isso representaria, sem dúvida, a maior intervenção regulatória na história das grandes empresas de tecnologia.
A Google reagiu duramente às propostas, descrevendo-as como “radicais” e “abrangentes” e alegando que elas “correm o risco de prejudicar consumidores, empresas e desenvolvedores”.
Recorde-se que a Google tornou-se o mecanismo de procura preferido por quase todos os utilizadores da internet no mundo, respondendo por cerca de 90% de todas as pesquisas online.
O DOJ acusa a empresa de utilizar os seus outros produtos, como o navegador Chrome e o sistema operacional Android, para direcionar os utilizadores para o seu mecanismo de busca, onde ganha dinheiro a vender anúncios. “A conduta ilegal do Google persistiu por mais de uma década e envolveu uma série de táticas de autorreforço”, disse o Departamento de Justiça no processo judicial. Já a gigante tecnológica salientou que isso era devido aos seus potenciais concorrentes não se terem conseguido firmar no mercado de buscas online – essa falta de concorrência permitiu que a Google cobrasse preços anormalmente altos por anúncios, “ao mesmo tempo em que degradava a qualidade desses anúncios e dos serviços relacionados”.
O DOJ está a considerar “soluções que impediriam a Google de usar produtos como o Chrome, o Play [a sua loja de aplicações] e o Android para beneficiar a pesquisa da Google e produtos relacionados à pesquisa da Google”. É expectável que o DOJ apresente um conjunto mais detalhado de propostas até 20 de novembro.
A vice-presidente de assuntos regulatórios da Google, Lee-Anne Mulholland, disse que as recomendações constituem um “exagero do Governo” e podem resultar em preços mais altos para os consumidores, admitindo que a Google tornou o seu navegador Chrome e o sistema operacional Android gratuitos porque eles são portas de entrada para “ajudar as pessoas a aceder a web e usar os nossos produtos”.