Governo admite “medidas de contingência” nos próximos meses para enfrentar o agravamento da seca em Portugal

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, alertou esta terça-feira para o facto de poderem ser necessárias mais medidas de contingência nos próximos meses, caso a situação de seca em Portugal se agrave.

A possibilidade foi admitida pelo governante após uma reunião no Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), onde estiveram também o ministro da Administração Interna e a ministra da Agricultura.

José Luís Carneiro começou por recordar que “o mês de fevereiro foi o mais quente de sempre, e o de abril teve dias que ultrapassaram as temperaturas historicamente registadas”. “Tem havido menos pluviosidade, menos humidade, pelo que os níveis de seca extrema têm vindo a manifestar-se”, assinalou.

O ministro fez um apelo aos municípios, para que se preparem antes do verão, que poderá trazer um agravamento da seca, e os consequentes efeitos em termos de incêndios florestais. “As câmaras de municipais devem ter os seus planos de defesa da flores contra incêndios aprovados e atualizados, com os meios humanos e materiais a serem mobilizados, em caso de risco de incêndio”, pediu.

Já Duarte Cordeiro admitiu que “em algumas zonas do país, onde não temos capacidade de abastecimento que nos permita estar muito tempo sem que chova, provavelmente poderá implicar durante os próximos meses ter que tomar mais medidas do ponto de vista de contingência”.

“É do conhecimento publico que o pais não se limita a tomar medidas de contingência”, ressalvou o ministro do Ambiente, que adiantou estarem já identificadas várias zonas de stress hídrico mais comum, como o Algarve, o Alentejo, e zonas como Viseu e Trás-os-Montes, bem como outros territórios de forte atividade agrícola, que têm sofrido os efeitos da seca.

O ministro do Ambiente garantiu estarem a ser feitos “investimentos estratégicos para ter uma maior capacidade de resiliência do território para este ‘novo normal'”, o que implica que haja e seja reforçada uma “capacidade de adaptar o território para contexto das alterações climáticas”.

Nesse sentido, Duarte Cordeiros assinalou que não se deve “perder o horizonte e aproveitar o contexto para tomar medidas estruturais” de combate à seca e aos efeitos das alterações climáticas.