‘Gangs de violadores’ abalam Governo britânico: Keir Starmer acusado de proteger criminosos
Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, está a ser acusado de proteger os “gangs de violadores”, que têm vindo a perpetuar crimes contra meninas, desde o século passado – na passada quinta-feira, a líder do Partido Conservador, Kemi Badenoch, defendeu a realização de uma investigação a nível nacional sobre o escândalo no Reino Unido, salientando que “2025 tem de ser o ano em que as vítimas comecem a obter justiça”.
Muitos dos agressores dos gangs são identificados como muçulmanos, britânicos de origem paquistanesa, sendo que os trabalhistas são acusados de os protegerem para evitar tensões raciais e conquistar votos. A polémica tem sido arma de arremesso contra o Governo britânico, alimentado pela extrema-direita.
O debate em torno dos “gangs de violadores” foi reacendido na semana passada, depois de ter sido noticiado, pela ‘GB News’, que o Governo britânico rejeitou o pedido do Conselho de Oldham para um inquérito liderado pelo Governo sobre a exploração sexual de crianças na cidade, em detrimento de uma investigação liderada pelo poder local.
As denúncias das falhas dos serviços de proteção de menores no Reino Unido, sobretudo em relação a vítimas de raça branca, do sexo feminino e pré-adolescentes, remontam a quatro décadas, com o número de vítimas a poder chegar ao quarto de milhão, só em Inglaterra e no País de Gales. Apesar da detenção e condenação de vários agressores, suspeita-se que as redes de desvio de menores para abuso sucessivo e prostituição continuam ativas, o que pode fazer elevar o número de vítimas.
Foram já realizadas inúmeras investigações, incluindo em Rotherham, na Cornualha, em Derbyshire, em Rochdale e em Bristol. De acordo com os inquéritos, a vítima típica são geralmente raparigas adolescentes, pré-adolescentes ou mesmo crianças, socialmente vulneráveis, seduzidas por adultos e levadas para relações amorosas fictícias antes de serem progressivamente alcoolizadas, drogadas e vendidas sexualmente a dezenas – por vezes centenas – de homens, ao longo de anos.
Em Rotherham e em Rochdale, foi provado que os homens responsáveis por seduzir e desviar meninas brancas pré-adolescentes para as violar e depois prostituir eram muçulmanos britânicos de origem paquistanesa, o que tem alimentado o discurso anti-imigração e anti-islâmico da extrema-direita, à boleia da indignação contra os abusos.
Em Rotherham, estima-se que pelo menos 1.400 crianças foram abusadas ao longo de 16 anos – em Telford, pelo menos mil raparigas foram alvo de abusos ao longo de quatro décadas, sendo que alguns casos não foram investigados “devido a nervosismo devido à raça”. Duzentos investigadores debruçaram-se sobre factos ocorridos entre 1997 e 2013, tendo registado 1.376 crimes, identificado 1.080 sobreviventes e detidos 209 indivíduos – houve 20 pessoas condenadas por crimes relacionados com as investigações, com condenações acumuladas a rondar os 250 anos de prisão.
Elon Musk incendiou ainda mais o debate, depois de ter denunciado, através de um tweet, alegadas responsabilidades de Starmer, na proteção dos violadores. “No Reino Unido, os crimes graves como a violação necessitam do serviço do procurador (CPS) para a polícia poder acusar os suspeitos. Quem liderava o CPS quando os gangs de violadores puderam explorar jovens raparigas sem enfrentar a Justiça? Keir Starmer (2008-2013)” escreveu Musk, na rede social ‘X’.