Galiza e o norte de Portugal são ‘pontas de lança’ europeus: empresa descobre ‘cinturão de lítio’
A ‘IberAmerican Lithium’ reivindicou o potencial da Galiza e do norte de Portugal para se tornarem o principal centro europeu de produção de lítio: a empresa com sede no Canadá que no final do ano passado assumiu 100% dos direitos das jazidas Alberta II e Carlota (situadas no município de Avión, em Espanha) considera que a comunidade autónoma e a região norte portuguesa fazem parte do ‘cinturão do lítio’.
Em entrevista à publicação ‘Proactive’, Campbell Becher, CEO da ‘IberAmerican Lithium’, vê nessas reservas de lítio uma oportunidade para reduzir a dependência de países como Chile, Austrália ou China em relação a um mineral fundamental tanto para a produção de baterias em smartphones e veículos elétricos.
“A União Europeia está a forçar. Bem, não quero dizer forçar, mas está realmente a pressionar Espanha e Portugal a desenvolverem esta ‘cinturão de lítio'”, indicou, salientando que tanto a Galiza como o norte de Portugal têm potencial para desenvolver um ‘hub’ em torno da extração e processamento deste mineral.
Em 2023, produziram-se 184.680 toneladas de lítio: desse montante, 86 mil correspondiam a minas na Austrália e 44 mil vieram do Chile. A China , com 33 mil toneladas, fechou este pódio, triplicando a produção da Argentina, que ficou em quarto lugar com 9 mil toneladas.
Portugal ficou em 8º lugar (com 380 toneladas métricas) enquanto aguarda que a ‘Savannah Resources’ comissione as suas quatro minas a céu aberto do Barroso, que deverão começar a extrair e colocar lítio no mercado em 2027. Deste campo, localizado a cerca de 30 quilómetros da fronteira com a Galiza, será extraído o suficiente para produzir meio milhão de baterias para carros elétricos todos os anos.
Esta proximidade entre as minas e a sua complementaridade faz com que a ‘IberAmerican Lithium’ preveja que a Galiza e o norte de Portugal poderão posicionar-se como referências na produção de lítio. No entanto, o CEO alertou para o risco de “colisão” com projetos como o ‘Savannah Resources’ e defende a criação de uma fábrica “centralizada” para o processamento de todo o mineral extraído neste ‘cinturão de lítio’.