Futuro da UNRWA está hoje em discussão no Conselho de Segurança das Nações Unidas

Por Francisco Laranjeira

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se esta sexta-feira para debater o futuro da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA): a reunião vai decorrer à porta fechada.

Recorde-se que na última semana de Janeiro, estão programados para entrar em vigor dois projetos de lei do Knesset (Parlamento de Israel) que põem fim à “cooperação” de Israel com a agência das Nações Unidas.

Se o fizerem, as atividades da UNRWA no território do Estado de Israel seriam ilegais ao abrigo da lei israelita e qualquer funcionário ou instituição israelita que se envolvesse com a agência estaria a infringir a lei.

No início do ano, funcionários do Departamento de Estado informaram Joel Rayburn, da equipa de transição de Trump, de que poderia haver uma “catástrofe” humanitária em Gaza quando entrasse em vigor a nova lei israelita.

A UNRWA é a principal agência de ajuda que opera na Faixa de Gaza. Depois de mais de um ano de guerra, a ONU e outras organizações humanitárias alertam que Gaza está quase inabitável. Dezenas de milhares de casas foram destruídas. Mais de 46 mil palestinianos foram mortos e mais de 107 mil feridos. No futuro, estes números deverão revelar-se três a quatro vezes superiores. E ainda pior pode estar para vir.

UNRWA saúde cessar-fogo entre Israel e o Hamas

O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos apelou, na passada quarta-feira para uma entrada rápida, sem entraves e ininterrupta de ajuda humanitária em Gaza, após o anúncio de um cessar-fogo para findar mais de 15 meses de guerra.

“O que é necessário é um fluxo rápido, desimpedido e ininterrupto de ajuda humanitária (…) para dar resposta ao enorme sofrimento causado por esta guerra”, escreveu o diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma mensagem, o responsável da ONU saudou um acordo que deverá “trazer o tão necessário alívio ao povo da Faixa de Gaza e a libertação dos reféns” mantidos em cativeiro naquele enclave palestiniano.