“Fusões como o WhatsApp-Facebook não deveriam ser permitidas.” França pressiona Bruxelas para maior controlo nas tecnológicas
A compra do Whatsapp pelo Facebook, no valor de 22 mil milhões de dólares, efectuada há seis anos deveria ter sido bloqueada, de acordo com declarações da presidente da Autoridade da Concorrência francesa, Isabelle de Silva, à Reuters.
“Claramente, acordos como a fusão do Facebook com o WhatsApp provavelmente não deveriam ter sido permitidos. Uma das coisas que vemos com maior clareza actualmente é a vantagem da capacidade de angariar e explorar dados, é isso que permite que empresas como o Facebook e o Google tenham o seu valor hoje», afirmou Isabelle de Silva.
Com a criação de uma nova Comissão Europeia, as autoridades de Bruxelas estão a preparar uma revisão profunda das regras de concorrência da UE. Um dos focos principais será a globalização e a digitalização, conceitos que impulsionaram o sucesso de grandes empresas como o Facebook, a Google e a Amazon.
O Governo de Emmanuel Macron tem estado na vanguarda dos esforços europeus para aumentar o escrutínio e os impostos nas plataformas digitais.
“O que faz o Facebook ter sucesso hoje não é apenas o facto de ter comprado o WhatsApp e o Instagram, mas também de ter sido capaz de englobar as comunidades desses utilizadores, unindo três públicos que se encontravam anteriormente separados”, refere a presidente da Autoridade da Concorrência francesa.
A presidente da Autoridade da Concorrência de França, afirmou ainda que deveriam existir controlos mais rígidos sobre as grandes empresas de tecnologia que adquirem startups inovadoras.
«Acho questionável que uma empresa já dominante possa adquirir todas as empresas no seu ecossistema, impedindo o aparecimento de outras rivais», declarou Isabelle de Silva.