Fundo da Lego considera que serão precisos anos para avaliar impacto da pandemia no mercado de escritórios

Soren Thorup Sorensen, CEO do Kirkbi, fundo responsável por gerir a fortuna de 20 mil milhões de dólares dos herdeiros da LEGO, não consegue antecipar o impacto da pandemia de Covid-19 no mercado imobiliário de escritórios. Em declarações reportadas pela agência Bloomberg, o responsável indica que serão precisos vários anos até ser possível avaliar as consequências.

Esta incerteza será alimentada, em parte, pelas reações distintas que os líderes têm apresentado nos últimos tempos: se, por um lado, algumas empresas já anunciaram que os seus trabalhadores poderão ficar em teletrabalho para sempre; outras começam a preparar um regresso aos escritórios.

Dados da Metrikus mostram que em Londres, e noutras sete grandes cidades do Reino Unido, por exemplo, o número de pessoas a trabalhar, de facto, em escritórios encontra-se agora a um terço dos níveis pré-pandemia. Há ainda estudos que sugerem que os trabalhadores são mais produtivos em casa.

Thomas Lau Schleicher, Chief Investment Officer do Kirkbi, adianta que, neste cenário, o fundo está «a olhar para a média de horas do trabalho a partir de casa em vários países e várias cidades para ter um quadro completo» que possam monitorizar. A preocupação com o tema é clara: o Kirkbi tem um portefólio de 1,4 mil milhões de dólares no campo imobiliário, sendo que a grande maioria corresponde a escritórios em Londres, Munique, Hamburgo, Copenhaga e um conjunto de cidades suíças.

No último ano, o valor destes ativos cresceu 3%, de acordo com a Bloomberg, levando Soren Thorup Sorensen a afirmar que, pelo menos para já, as localizações premium não deverão sofrer uma desvalorização.