Função Pública: Sindicatos apelam a greve geral no sector público e privado
O Governo mostrou-se disponível para subir os aumentos da função pública, de sete para dez euros, em salários são inferiores a 700 euros, contudo há mais novidades. Os representantes sindicais indicam que o Governo não quer mexer nos dias de férias e no subsidio de refeição, facto que não é do seu agrado.
Neste sentido, a Frente Comum programou um plenário de dirigentes sindicais para o dia 28 de Fevereiro, convocando uma acção de luta. Já a Frente Sindical, pede mesmo a realização de uma greve geral no sector público e privado: «As baixas remunerações não são só um problema da administração pública», revelou a presidente do Sindicato dos Quadros Quadros Técnicos do Estado (STE) da Frente Sindical, Helena Rodrigues, citada pelo Público.
«O Governo diz que está a fazer um grande esforço para repor aquilo que são direitos. Ora, repor direitos não é esforço nenhum que faça, porque não deviam ter sido tirados», continua a sindicalista, considerando que o processo «não foi negocial», porque o Governo não deu abertura de resposta aos sindicatos.
«O Governo não mostrou abertura nem em relação ao aumento dos dias de férias, nem ao aumento do subsídio de alimentação nem à correcção da Tabela Remuneratória Única (TRU). Assume as consequências e não deixa alternativa aos trabalhadores», refere Helena Rodrigues, que não está satisfeita com o aumento proposto pelo Governo «mantém-se tudo na mesma, com excepção dos aumentos de sete para dez euros» nos escalões mais baixos, declara.
Os primeiros a reunir-se com o Secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, foram os sindicalistas da Frente Comum, com uma reunião que durou quase uma hora. Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, considera que esta actualização dos salários «começou da pior maneira», uma vez que o aumento vai «criar maior divisão entre os trabalhadores», porque os trabalhadores recém-chegados ao sector vão ter um salário semelhante àqueles com anos de carreira.
O Governo e os representantes sindicais reuniram-se então nesta quarta-feira, na tentativa de encontrar um acordo comum a ambas as partes. No inicio da semana o gabinete da Modernização do Estado e da Administração Pública deu sinais de abertura para uma aproximação às propostas sindicais «dentro da margem orçamental disponível, tanto para 2020 como para os anos seguintes, numa lógica de faseamento».