França entra no 30ª dia de greve contra a reforma das pensões

Os sindicatos franceses manifestam-se há 30 dias contra a mudança do sistema de reformas, não havendo qualquer tipo de negociação até ao momento, motivo pelo qual estão programadas novas ações brevemente, inclusive uma mobilização nacional no dia 9 de janeiro.

Neste momento, em Paris, existem apenas duas linhas de metropolitano em funcionamento normal, as restantes encontram-se abertas exclusivamente nas horas de maior movimentação.

Também os comboios foram extremamente afetados, quase metade da sua circulação foi cancelada, consequências desta manifestação cuja duração é a maior alguma vez vista, sendo que a última mais longa ocorreu em 1986 e durou 28 dias.

O cenário agravou-se ainda mais aquando das declarações de Emmanuel Macron, Presidente de França, nas quais demonstrava de forma determinada o seu forte desejo de manter a reforma. Depois de  ouvir o seu discurso, o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Phillipe Martinez, convocou uma greve geral a todo o país, incentivando a população a manter todas as mobilizações e manifestações, até à retirada do projeto anunciado. Contudo, a CGT não se ficou por aqui, fazendo um apelo inesperado para que as refinarias fossem bloqueadas nos dias 7 e 10 de janeiro.

O lucro retirado deste mês de greve é substancial, a CGT já conseguiu arrecadar mais de um milhão de euros, vindos de mais de 18.000 doadores, prevendo-se que o valor continue a crescer.

A proposta de reforma do sistema de pensões tem sido contestada através de greves e manifestações desde o início de dezembro, e já levou à demissão do ministro Jean-Paul Delevoye, mentor do projeto e apelidado de “senhor reformas”.

Segundo a proposta, a idade prevista para reforma dos franceses deverá passar dos atuais 62 para os 64 anos a fim de equilibrar o sistema financeiro. Prevê também que os trabalhadores que se aposentem antes dessa idade sofram uma redução nas suas pensões, enquanto os que saírem mais tarde da vida ativa terão um “bónus”.