Fórum Económico Mundial arranca amanhã em Davos: o que é, quem vai estar presente e quanto custa

O próximo Fórum Económico Mundial (WEF), em Davos, na Suíça, tem arranque marcado para esta segunda-feira: mas por que motivo todos querem viajar, o que pretendem alcançar e o fórum está aberto a qualquer pessoa?

Em primeiro lugar, onde e o que é?

O 54º evento anual em Davos vai decorrer durante cinco dias na estação de esqui suíça e vai atrair líderes empresariais globais, políticos e organismos internacionais para falar sobre tudo, desde tensões geopolíticas até à ascensão da Inteligência Artificial.

Em edições anteriores estiveram presentes os líderes políticos dos Estados Unidos, do Reino Unido, França, Alemanha e China.

Quem vai estar presente?

Os ministros do Reino Unido, Jeremy Hunt e Rachel Reeves, já confirmaram a presença. Entre os participantes da esfera política global estão o número 2 chinês, Li Qiang, e o presidente francês, Emmanuel Macron, que vão fazer discursos especiais. Macron será o único líder do G7 presente no evento deste ano.

Dos Estados Unidos chegam Antony Blinken, secretário de Estado, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan e o enviado presidencial especial para o clima, John Kerry.

Aguardada com expectativa está a presença do recém-eleito (e polémico…) presidente argentino, Javier Millei, que fará um discurso na quarta-feira: recentemente, tomou diversas decisões controversas para dolarizar a economia e abolir o banco central, o que levou a uma forte desvalorização da moeda.

Entre os rostos da economia global, estarão em Davos a diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, ao presidente do Banco Mundial, Ajay S. Banga, e a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala.

É também aguardada a presença de chefes de organismos internacionais e grupos da sociedade civil, incluindo António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, Jens Stoltenberg, da NATO, Tedros Adhanom Ghebreyesus, da Organização Mundial da Saúde, e Tirana Hassan, da Human Rights Watch. Por último, estarão presentes diversos líderes empresariais de todo o mundo.

O que está na agenda na edição deste ano?

Para além do objetivo anteriormente declarado de reconstruir a confiança na economia global, o fórum tem quatro temas principais em agenda, incluindo segurança, crescimento, o impacto da IA e energia.

Esta será a primeira reunião em Davos desde 2020 livre de perturbações relacionadas com a pandemia: recorde-se que a reunião de 2021 foi virtual ao passo que a do ano seguinte foi adiada.

“No Fórum de 2023, ainda sentíamos as perturbações de todos esses acontecimentos, e a discussão centrou-se na recuperação económica”, destacou Karen Harris, diretora administrativa do Grupo Macro Trends na Bain & Company, em declarações à agência ‘Reuters’.

“Esta é primeira edição em anos durante a qual os nossos olhos podem realmente estar voltados para o que trará a próxima década, em vez do ciclo económico comprimido e volátil”, apontou.

A escalada das tensões geopolíticas, as preocupações com o comércio global, a inflação e os problemas económicos, bem como as mudanças tecnológicas e o aumento da IA, também continuam a ser as principais preocupações.

Duas iniciativas também serão acompanhadas de perto: a aliança governamental de IA – incluindo Google, Microsoft, IBM, Meta Platforms – e a First Movers Coalition, que reúne membros num esforço para descarbonizar a economia global.

Quanto custa Davos?

Davos vem com um preço alto. Embora a participação dos membros do WEF seja gratuita, a adesão ao WEF custa 52 mil libras (mais de 60 mil euros). Os ingressos custam cerca de 20 mil libras (23,24 mil euros), embora a participação seja apenas mediante convite.

Os custos gerais excedem 250 mil libras (mais de 290 mil euros) por semana: arrendar uma casa pode custar cerca de 17,4 mil euros, além dos preços elevados de alimentação, bebida e eventos – há quem diga que um cachorro-quente custe 39 euros. Muitos dos participantes voam para a Suíça em jatos privados e também contratam motoristas para a semana.