Fim da guerra na Ucrânia já este ano? Ex-chefe da NATO assegura que “é absolutamente possível”

A guerra total da Rússia contra a Ucrânia, que se aproxima do quarto ano, pode chegar ao fim ainda este ano, afirmou o ex-secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. No entanto, Andrii Yermak, chefe do gabinete do Presidente da Ucrânia, sublinhou que qualquer resolução deve respeitar os termos aceitáveis para o povo ucraniano.

Em declarações à Euronews, no Fórum Económico Mundial, em Davos, Andrii Yermak, explicou que “é essencial que os parceiros e aliados reforcem a posição da Ucrânia para negociações futuras”. Para Yermak, a cooperação próxima entre a Europa e os Estados Unidos será determinante, e expressou a esperança de que um encontro entre Zelensky e o ex-presidente Donald Trump, agora possível candidato à Casa Branca, ocorra “o mais rapidamente possível”.

Por seu lado, Jens Stoltenberg destacou que, embora as guerras sejam imprevisíveis, há condições para que o conflito termine em 2025, sobretudo devido ao elevado custo que a Rússia está a pagar. “Putin acreditava que poderia tomar Kiev em poucos dias, mas foi surpreendido pela resistência ucraniana”, afirmou Stoltenberg.

A Rússia enfrenta uma série de dificuldades económicas e sociais, com uma inflação oficial de 10%, taxas de juro do banco central de 21% e uma crescente escassez de mão de obra. Estes fatores aumentam a pressão sobre o Presidente Vladimir Putin, enquanto os combates continuam a infligir perdas significativas no terreno.

Stoltenberg alertou para os riscos de uma solução precipitada. “A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la, mas isso não traria paz. Trazeria a ocupação da Ucrânia”, disse. O objetivo, segundo ele, deve ser garantir que a Ucrânia prevaleça como uma nação soberana e independente na Europa.

Yermak reforçou que Zelenskyy não comprometerá a independência, integridade territorial e soberania da Ucrânia. Para garantir uma paz sustentável, Stoltenberg defendeu a necessidade de sólidas garantias de segurança para a Ucrânia, sendo a adesão à NATO, com a proteção do Artigo 5, a melhor opção. Caso isso não seja viável, “armar os ucranianos até aos dentes” seria a segunda melhor alternativa.

Apoio europeu e futuro incerto
O regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, caso aconteça, pode levar a uma retirada isolacionista americana, pressionando os europeus a intensificar o seu apoio a Kiev. A necessidade de unidade entre os aliados ocidentais, neste cenário, é apontada como um fator crucial para o desfecho do conflito.

No contexto do Fórum Económico Mundial, as declarações de Stoltenberg e Yermak refletem a importância de manter o foco na resistência ucraniana e na cooperação internacional para pôr fim a um conflito que tem moldado a geopolítica global nos últimos anos. A paz na Ucrânia, embora possível, depende de estratégias claras e de uma aliança sólida entre as principais potências.