Fenprof reúne-se esta manhã com Governo para discutir revisão do estatuto da carreira docente

O Ministério da Educação e Ciência recebe esta manhã a Fenprof (Federação Nacional dos Professores), a partir das 9h15, numa reunião negocial sobre a revisão do estatuto da carreira docente.

“Como prevíamos, confirmou-se: a revisão destes diplomas acaba por ser uma oportunidade perdida do Ministério da Educação”, afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, à saída da reunião da passada sexta-feira com o secretário de Estado da Administração e Inovação Educativa, Pedro Dantas da Cunha.

No final da reunião com a tutela, o secretário-geral da Fenprof vincou que “ou o Governo altera profundamente o que tem nas suas propostas ou estas medidas em nada contribuirão para a tão necessária captação de jovens para a profissão”.

Embora tenha reconhecido pequenos avanços em comparação com propostas anteriores, para a Fenprof as medidas continuam insuficientes para resolver os problemas estruturais do setor. Segundo o sindicato, o processo demonstrou uma falta de oportunidade do Governo em apoiar soluções que poderiam atrair mais professores para o sistema de ensino e incentivar jovens a ingressarem na carreira docente.

Sobre a formação contínua de professores, Mário Nogueira defendeu que a tutela “podia ter a ambição de ir mais longe”. “O regime de formação contínua hoje está mais orientado para o somatório das horas de formação do que para a qualificação dos docentes e qualidade de formação. Devia ter-se mexido mais no diploma”, lamentou o professor em declarações aos jornalistas.

Sobre os estágios e orientadores de estágios, “o Ministério não mexe uma vírgula no que apresentou na reunião anterior”, criticou Mário Nogueira. Os sindicalistas consideram que o suplemento remuneratório a atribuir aos orientadores cooperantes é muito baixo (menos de 90 euros) e recusam ficar dependentes de uma autorização da escola para poder ter a redução da carga horária para dar apoio aos estagiários.

O processo negocial “não ficou concluído hoje”, disse ainda, revelando que o MECI apresentou na reunião uma nova versão do decreto-lei sobre os concursos de professores, que agora terá de ser analisada pelos sindicados, que depois irão enviar um parecer sobre a matéria.