Falta de alimentos afecta ilhas açorianas. “Já há escassez de coisas básicas”, alertam cidadãos
O Arquipélago dos Açores, mais concretamente as Ilhas das Flores e do Corvo, atravessa um período conturbado após a passagem do furacão Lorenzo. Os habitantes queixam-se da falta de abastecimento de mercadorias.
O furacão Lorenzo destruiu por completo o Porto das Lajes, único local onde as embarcações atracam para fornecer mercadorias à população. Os prejuízos relatados em outubro passado atingiram os 330 milhões de euros no global e os 190 milhões de euros apenas no Porto das Lajes. Desde essa altura que os habitantes se queixam da escassez de produtos que teima em não chegar às ilhas açorianas.
As Forças Armadas em conjunto com alguma população local conseguiram recuperar parte do Porto das Lajes, para que ficasse minimamente apto para receber algumas embarcações, no entanto até ao momento só atracaram navios de pequena dimensão, com uma carga seis vezes inferior aos anteriores.
Esta falta de barcos deve-se às condições atmosféricas nada favoráveis que têm tomado conta das ilhas, nomeadamente o mau tempo e a forte agitação marítima.
De acordo com o Notícias ao Minuto, desde o dia 13 de dezembro que nenhum barco de mercadorias atraca no Porto das Lajes, proporcionando um clima de grande instabilidade e preocupação por parte da população que se vê assim sem alimentos.
Para além disso esta escassez também contribui negativamente para a imagem das ilhas. As superfícies comercias têm tido grandes dificuldades em manter-se em funcionamento, uma vez que os funcionários não conseguem trabalhar com as condições apresentadas. Não existe faturação e encontram-se retidos bens perecíveis noutros portos, que na altura em que chegam às ilhas açorianas já são aceitáveis para consumo.
O Governo Regional anunciou em dezembro que a embarcação MALENA, com um comprimento de 87 metros e uma capacidade para transportar até 100 contentores, reforçaria o abastecimento à ilha das Flores a partir de janeiro.
Segundo informação dada aos comerciantes será no dia 13 de janeiro que a embarcação MALENA fará a sua primeira viagem, contudo sem incluir as mercadorias paradas há quatro semanas na ilha Terceira e Faial, que só serão transportadas até às Flores em dois barcos de pequena dimensão.
O Governo dos Açores, pressionado pelos partidos e populações, declarou estar «a avaliar todas as alternativas de transporte possíveis de bens e mercadorias à ilha das Flores», conforme citado pelo Notícias ao Minuto.
Já existiram contactos com o Comando Operacional dos Açores (COA), estando ainda a ser realizado um levantamento dos bens mais necessários para que a normalidade regresse às ilhas das Flores e do Corvo.