Facebook. Vereador da Educação em Lisboa ameaça autarca com “um par de murros” nas “fuças”
O vereador da Educação da Câmara de Lisboa afirmou, num comentário na rede social Facebook, em resposta a uma publicação de um vogal da Junta de Freguesia do Areeiro, estar disponível para lhe dar “um par de murros” nas “fuças”.
O comentário de Manuel Grilo, que foi depois apagado, surgiu na sequência de uma publicação de Luís Moreira, que partilhou uma notícia da revista “Sábado” com o título “Bloquistas questionam acordo BE/PS em Lisboa”.
Luís Moreira foi eleito vogal da Junta de Freguesia do Areeiro pelo Bloco de Esquerda nas autárquicas de 2017, mas passou a independente depois de o partido lhe ter retirado a confiança política em novembro de 2018.
Na publicação, Luís Moreira questiona “qual é o preço atual para comprar um vereador”, tendo em conta que a Câmara de Lisboa, liderada pelo PS, mas que tem um acordo de governação da cidade com o BE, aprovou em 12 de novembro uma proposta para reabilitar o quarteirão da antiga pastelaria Suíça com a abstenção do vereador bloquista.
“Ela [proposta] pressupõe a construção de 10.000 metros quadrados, correspondentes a quatro unidades comerciais e uma unidade de serviços no piso em sótão. O problema? O acordo assinado entre o PS e o BE prevê que todos os novos projetos de construção incluam pelo menos 25% de habitação”, escreveu Luís Moreira.
Em resposta, o vereador da Educação escreveu: “Esses 25% são de renda acessível em projeto de habitação de privados e não de habitação em qualquer projeto. Quanto ao meu preço, estou disponível para to pagar com um par de murros nessas fuças”, de acordo com um ‘print screen’ tirado por Luís Moreira.
“O Manuel Grilo apagou o seu comentário neste meu ‘post’. Mas como além de reles é pouco inteligente, não pensou que eu pudesse ter uma cópia de ecrã”, escreveu depois o vogal independente da junta do Areeiro.
O comentário do vereador da Educação foi feito no sábado, no mesmo dia em que Luís Moreira partilhou a notícia na sua conta pessoal do ‘Facebook’, disse o próprio à Lusa.
A Lusa tentou contactar o vereador, sem sucesso, e o seu gabinete não quis comentar.