Fabricantes europeus desaprovam saída do Reino Unido da UE
A saída do Reino Unido e as suas consequências para a indústria automóvel europeia foi um dos temas a ser debatido no congresso organizado pela Automotive News, esta semana. Tanto os executivos das marcas britânicas Mini e Rolls-Royce e da Jaguar Land Rover, como o presidente-executivo da sueca Volvo defenderam que a decisão apoiada por David Cameron poderá vir a ter resultados nefastos para os dois lados.
“Eu não ficaria muito feliz se a Grã-Bretanha saísse da União Europeia. Seria mau para os dois lados”, afirmou Peter Schwarzenbauer, membro do Conselho Executivo responsável pela Mini e Rolls Royce. Já o presidente-executivo da Jaguar Land Rover, Ralf Speth, subsidiária da Tata Motors e sediada no Reino Unido, explicou ainda que 20% dos automóveis vendidos pelo fabricante têm como destino a Europa Continental e que é também desta região que a marca adquire algumas matérias primas. “Estamos muito interessados em adquirir e comercializar produtos e tecnologia sem taxas associadas, para que possamos prosperar em conjunto”, afirmou o executivo da JLR, no evento.
Hakan Samuelsson, CEO da Volvo, ressalva a importância do Reino Unido para uma Europa mais forte contra a concorrência dos Estados Unidos e da Ásia Pacífico. “Estamos a discutir vários aspectos acerca do futuro da Europa, como taxas e leis do trabalho. Seria bom ter o ponto de vista do Reino Unido incluído nesta discussão”, afirma o executivo.
Para a maioria dos fabricantes, a saída do Reino Unido significaria a perda de ausência de taxas na transacção de bens entre uma das maiores economias da Europa e os restantes países da UE.