Extrema-direita alemã quer crianças com deficiência fora das escolas

O líder do partido alemão de extrema-direita AfD, Björn Höcke, revelou os planos que tem no caso de chegar ao poder na região de Turíngia e, para a educação, deu a entender que irá determinar que as crianças com deficiência seriam proibidas de frequentar as escolas do ensino regular.

O responsável, que é ex-professor, sustentou, em entrevista ao canal MDR, que os sistema de educação “precisa de ser libertado de projetos ideológicos relacionados com a inclusão”.

Atualmente, o sistema de educação alemão permite que os alunos com deficiência frequentem qualquer escola, com o objetivo de promover a igual participação na sociedade. A lei estabelece a regra desde 2009, altura em que foi ratificada a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, recorda o Politico.

As afirmações depressa geraram grande polémica e choque, entre outros partidos e associações de defesa dos direitos de pessoas com deficiência.

“É uma visão flagrante e sem filtro do seu mundo de pensamento”, lamentou Wilfried Oellers, representante das pessoas com deficiência do grupo parlamentar da CDU.

A representante dos ‘Verdes’, Corinna Rüffer, acusou o AfD “de ver as deficiências como uma doença”. “Excluir as pessoas com deficiência das escolas só vai levar a uma exclusão da sociedade”, sublinhou.

Jens Brandenburg, secretário de Estado do Parlamento, disse que os comentários de Höcke são “simplesmente desumanos”, e recordou que o líder de extrema-direita “é conhecido pelas posições próximas do nazismo”.

As últimas sondagens mostram que, na região da Turíngia, o AfD é a força mais forte, com 34% de aprovação, mas dificilmente chegará ao poder naquele distrito, já que nenhum outro partido do parlamento regional tem acordo de cooperação ou partilha das mesmas ideias que o grupo parlamentar liderado por Höcke.

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