Europeus com criptomoedas mais do que duplicam em 2 anos para 9%

A percentagem de europeus que possuem criptomoedas como a Bitcoin ou a Ether mais do que duplicou entre 2022 e 2024, passando de 4% para 9%, segundo um estudo publicado hoje pelo Banco Central Europeu (BCE).

De acordo com o estudo sobre os hábitos de pagamento na zona euro, a popularidade das criptomoedas está a crescer entre os europeus, com cada vez mais pessoas a detê-las, sobretudo para fins de investimento.

Segundo o banco central, o interesse por estes instrumentos está a aumentar, apesar da sua volatilidade e da sua reputação duvidosa, ligada nomeadamente à sua utilização em atividades criminosas. O próprio BCE tem-se mostrado muito crítico em relação a estes ativos de alto risco.

Entre os 20 países da zona euro, 13 apresentam taxas de propriedade de criptomoedas superiores a 10%, com destaque para a Eslovénia (15%) e a Grécia (14%).

Em contrapartida, os detentores de criptomoedas ficam-se pelos 6% na Alemanha, onde a utilização de numerário, embora em declínio, é ainda muito mais elevada do que noutros países europeus.

O estudo do BCE evidencia ainda que os europeus mais jovens, sobretudo entre os 25 e os 39 anos, são os mais propensos a deter criptomoedas, seguidos de perto pelos jovens entre os 18 e os 24 anos.

As plataformas de negociação geridas por ‘gigantes’ tecnológicos como a Binance e a Coinbase, mas também as bolsas tradicionais, atraídas pelo potencial do mercado, estão a conquistar os investidores com aplicações móveis que facilitam a compra, a venda e a gestão de criptomoedas.

Quanto à utilização destes ativos de alto risco, continua a ser predominantemente orientada para o investimento e não para os pagamentos, salienta o estudo.

Nos Países Baixos e na Alemanha, mais de 80% dos detentores dizem que as utilizam apenas para investimentos financeiros.

As criptomoedas, cujos preços estão atualmente a atingir níveis recorde, como a Bitcoin, podem ser consideradas como potenciais reservas de valor, semelhantes ao ouro.

Em França, 25% dizem utilizá-las apenas como meio de pagamento, uma das taxas mais elevadas da Europa.

O estudo bienal do BCE mostra também que o numerário continua a dominar (52%) os pagamentos nos pontos de venda, embora com menos sete pontos percentuais do que em 2022.

Em termos de valor, os cartões mantêm-se como o instrumento de pagamento dominante (45%), seguidos do numerário (39%) e das aplicações móveis (7%).

O aumento dos pagamentos digitais é sustentado pelo incremento dos pagamentos ‘online’, que representam 21% dos pagamentos diários em número e 36% em valor, mantendo a tendência que se acelerou durante a pandemia de covid-19.