Euronext vai lançar opções sobre quatro cotadas portuguesas
A Euronext pretende lançar, ainda no primeiro semestre, opções sobre ações da EDP, da EDP Renováveis, Galp e Jerónimo Martins, anunciou hoje a presidente da bolsa de Lisboa, Isabel Ucha.
As opções sobre ações são um tipo de contratos de opções que utilizam ações como ativo subjacente, pelo que a compra de uma opção de compra sobre ações permitirá a compra sobre as ações subjacentes ao preço de exercício.
De acordo com a presidente da Euronext Lisboa, as quatro cotadas foram selecionadas por terem sido consideradas “as que têm mais apetência pelos investidores”.
“O critério, nestas coisas, é sempre aquilo que os investidores querem negociar, antes de mais”, sublinhou.
Isabel Ucha registou que a Susquehanna International Group é o primeiro criador de mercado comprometido com estas opções.
De igual forma, garantiu que “há bancos portugueses que eventualmente também estarão interessados”, mas remeteu mais detalhes – como a maturidade, as especificações e os preços – para o lançamento dos instrumentos.
Num encontro com jornalistas, a responsável da bolsa lisboeta antecipou, também, o lançamento de uma plataforma que permitirá a transação de cerca de 350 títulos fora do grupo Euronext.
Intitulado Global Equity Market (GEM), o mecanismo, que já foi lançado em Itália, deverá chegar aos outros países do grupo Euronext este ano.
De acordo com a presidente da bolsa lisboeta, a plataforma é direcionada principalmente para investidores individuais de retalho.
“Tem havido um crescente aumento da liquidez de todos os instrumentos, de todas as ações cotadas (…), mas também das ações americanas, há que não esquecer essa vertente, e a Euronext não quer, obviamente, ficar fora dessa tendência e quer oferecer aos investidores europeus, aos cidadãos europeus, a possibilidade de investirem através de uma plataforma europeia e não terem que ir ao mercado americano”, assinalou.
Questionada sobre a concorrência com plataformas de baixo custo, Isabel Ucha garantiu que a Euronext “tem em conta” essas plataformas neste tipo de negociação e “vai construir uma oferta que seja competitiva”.
Ainda assim, sublinhou que “não é só o preço que conta”.
“Não é só o preço que conta. É a qualidade da execução, é a segurança da liquidação, é o tempo da liquidação, é a segurança na custódia dos títulos, que é um aspeto muito importante, e tudo isso nós entendemos que tem muito mais garantias quando é feito através da nossa plataforma e dos nossos membros, do que às vezes em plataformas associadas em outros países, com outras condições”, defendeu.
“Nós temos a convicção que aquilo que oferecemos, embora às vezes possa ser um pouco mais caro, tem mais qualidade, tem mais segurança e tem mais serviço”, defendeu a presidente da Euronext Lisboa.