EUA: Biden apela a que “a América seja de novo um farol para o mundo” no discurso de posse
“Este é o dia da América e da democracia. Hoje celebramos o triunfo, não de um candidato, mas da vontade da democracia e da vontade do povo: a democracia venceu”, sublinhou Joe Biden no seu primeiro discurso como 46.º Presidente dos Estados Unidos. “Juntos iremos vencer”, destacou.
Salientando que há “muito a fazer, muito a reparar, muito a sarar, muito a construir e muito a ganhar”, Biden referiu-se aos “tempos desafiantes perante uma pandemia que tem ceifado milhares de vidas e fechado empresas neste país”, mas sublinhou que “o termo de justiça para todos não será mais adiado”. Foi também convicto ao afirmar que irá derrotar “a supremacia branca” e o “terrorismo interno”, apelando à unidade “de todos os americanos”. Extremismo, desespero, racismo, desemprego, ódio e violência foram alguns dos fatores que se dispôs a combater, manifestando confiança de que haverá “saúde e igualdade para todos”.
Um dos momentos mais emotivos do discurso de Biden foi quando pediu um momento de silêncio para “prestar homenagem às centenas de milhares que perderam as suas vidas no nosso país”.
“História, fé e razão mostram o caminho da união”, indicou, apelando à “união de forças em nome do progresso” contra uma crise sem precedentes. Joe Biden quis “começar de novo”, de uma forma em que todos possam ouvir-se, respeitar-se e ver-se uns aos outros e contra a fabricação de factos. Lembrando Martin Luther King, o novo Presidente celebrou a eleição da primeira mulher para Vice-Presidente, Kamala Harris, e apelou a “uma América melhor do que antes”, sem esquecer a invasão ao Capitólio de 6 de janeiro, classificando-a como um assalto à democracia.
Biden pediu a ajuda de todos, mesmo aqueles que dele discordem, “porque isso é democracia, mas a discordância não deve levar à desunião”. Prometeu ser “o Presidente de todos os americanos, lutando tanto por quem” o apoiou como por aqueles que não lhe dedicaram apoio.
“Oportunidade, segurança, liberdade, dignidade, respeito, honra e a verdade” são valores que, segundo o chefe de Estado, definem os norte-americanos, pelo que “a defesa da verdade e a derrota das mentiras” tem de ser uma das prioridades. Solidário com as preocupações de todos face à brutal crise económica e social, Joe Biden insistiu na tolerância e humildade, na ideia de que cada um se coloque no lugar do outro, como argumentos para ultrapassar as dificuldades.
Ao mundo referiu que, tendo sido “posta à prova, a América venceu e irá repor as suas alianças, liderando pela força do nosso exemplo”.
Lembrando que os desafios da pandemia e da crise são monstruosos, Biden acentuou a convicção de que “os Estados Unidos vão estar, uma vez mais, à altura do desafio”, pedindo que se acrescentem esforços ao historial de triunfo que o país tem sobre todas as divisões. “Dou-vos a minha palavra: estarei sempre convosco, em defesa da Constituição, em defesa da América, em defesa de cada um de vocês e do Bem comum para uma história de decência, de cura, de amor”, reforçou.
“Que a América seja de novo um farol para o mundo, que Deus abençoe a América e proteja a verdade”, concluiu, após 23 minutos de discurso.