Estudantes de Direito criticam bonificações. “É prejudicial para a profissão”, diz Bastonário da Ordem dos Advogados

As associações de estudantes de Direito das universidades do Porto e do Minho admitem processar seis universidades de Coimbra e de Lisboa por estas aplicarem bonificações a alunos que terminam o curso dentro do tempo revisto, informa o Jornal de Notícias.

As universidades de Coimbra, Católica, Lusófona, Lusíada, Nova e a Universidade de Lisboa são as visadas por estas associações. De acordo com a publicação, estas universidades podem inflacionar a média final de curso em até dois valores.

Contactada pela Executive Digest, a Ordem dos Advogados considera que esta notícia só vem dar razão à sua proposta de passar a exigir maiores qualificações do que a licenciatura para o acesso à Ordem dos Advogados.

“Na verdade, o facto de existirem várias Universidades que, em lugar de fazerem a média aritmética das classificações, sobem artificialmente essa média através da concessão de bónus na avaliação dos seus estudantes só contribui para lançar dúvidas sobre os efetivos resultados académicos dos licenciados que formam, o que é prejudicial em qualquer futura candidatura profissional”, critica Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos Advogados.
A Ordem dos Advogados espera que haja “uma tomada de posição urgente do Ministério do Ensino Superior sobre este sério problema, parecendo-nos inaceitável que existam discriminações nos resultados académicos de estudantes pelo facto de umas universidades concederem bónus nas classificações e outras não o fazerem”.
“Em qualquer caso, Luís Menezes Leitão frisa que “com a exigência de mestrado para o acesso à profissão de advogado, pensamos que esta situação poderá ser mitigada”.