Este hábito é comum entre as mulheres mais felizes, revelam investigadores de Harvard

Agradecer pode ser a chave para uma vida mais feliz e longa, de acordo com um estudo recente realizado pela Universidade de Harvard e publicado na revista JAMA Psychiatry. A investigação revela que a gratidão, um comportamento aparentemente simples, pode ter impactos profundos na saúde emocional, física e na longevidade das mulheres, especialmente em fases mais avançadas da vida.

Os investigadores explicam que a gratidão pode ser entendida como um traço permanente da personalidade ou como um estado momentâneo. Em ambos os casos, é definida como uma predisposição para reconhecer e responder com apreço às experiências positivas. Este reconhecimento não só promove emoções favoráveis, como também incentiva pensamentos e ações construtivas.

De acordo com os autores do estudo, “as emoções positivas, como a gratidão, desencadeiam um ciclo de ações e pensamentos que promovem o desenvolvimento de recursos psicológicos, físicos e sociais, criando uma espiral positiva que melhora a saúde”.

O impacto na saúde e na longevidade

A investigação baseou-se num inquérito aplicado a mais de 49.000 enfermeiras de idade avançada. As participantes responderam a um questionário que avaliava o nível de gratidão, sendo a pontuação média de 37,77 numa escala máxima de 42.

Os dados revelaram que as mulheres com níveis mais altos de gratidão apresentavam características como:

  • Idade mais jovem dentro do grupo analisado;
  • Maior probabilidade de estar casadas ou em união de facto;
  • Um nível socioeconómico superior;
  • Maior envolvimento em atividades sociais e religiosas;
  • Menor índice de depressão e melhor saúde geral no início do estudo;
  • Maior otimismo.

Mesmo ao controlar fatores como contexto socioeconómico, participação social e religiosa, os investigadores confirmaram uma relação inversa entre gratidão e mortalidade. Em resumo, mulheres mais gratas apresentavam uma menor probabilidade de morte por qualquer causa.

Os cientistas concluíram que “a gratidão pode ser um recurso psicológico associado a uma maior longevidade em fases avançadas da vida”.

A prática da gratidão tem sido associada, em estudos anteriores, a benefícios como a redução do risco de doenças cardiovasculares. Também está ligada a menores índices de depressão, uma condição que afeta desproporcionalmente as mulheres, muitas vezes em resultado de alterações hormonais típicas da menopausa ou do pós-parto.

Outras práticas para aumentar a felicidade

Embora a gratidão seja um elemento poderoso, existem outras atividades que podem melhorar o bem-estar emocional. A psicóloga María Martínez explicou ao site Mujer.es que o baile é uma excelente ferramenta para combater o stress e aumentar a felicidade.

Martínez defende que dançar ajuda a libertar serotonina, o que reduz a depressão e a ansiedade: “É uma forma maravilhosa de aliviar tensões e desbloquear emoções negativas.” Além disso, melhora a autoestima. “Bailar como se ninguém estivesse a ver faz-nos sentir livres, faz-nos sentir nós mesmas.”

Atividades como a jardinagem e a horticultura doméstica também têm sido associadas ao aumento da felicidade, oferecendo uma conexão com a natureza e promovendo um estado de calma.

O estudo de Harvard e os dados complementares destacam a importância de pequenos hábitos na promoção da felicidade e da saúde. Expressar gratidão diariamente, seja através de gestos simples ou reflexões pessoais, pode ser um caminho acessível para melhorar a qualidade de vida. Afinal, como mostram os resultados, agradecer não é apenas um ato de cortesia – é um investimento na saúde física, emocional e na longevidade.