“Estamos numa corrida contra o tempo”: três países da UE pressionam maior investimento na Defesa

A Estónia, a França e a Polónia lançaram, esta terça-feira, um apelo ao aumento “urgente” da prontidão de defesa da Europa, relatou o jornal britânico ‘The Guardian’. “Devemos garantir que a ambição da Estratégia é proporcional e apoiada por ações concretas que apoiam a nossa capacidade de combate”, apontou o documento. “Estamos numa corrida contra o tempo.”

A estratégia deve ter por objetivo:

– “Melhorar a capacidade a longo prazo da indústria de defesa da UE para satisfazer as necessidades das nossas forças armadas, reduzir as dependências estratégicas e aumentar a capacidade de aumentar rapidamente a produção em tempos de crise;”

– “Apoiar um aumento fundamental nos níveis de stocks de munições decisivas para a batalha dos Estados-Membros, na disponibilidade de sistemas de armas essenciais e outras capacidades em todos os domínios;”

– “Reforçar a vantagem competitiva da UE e dos seus Estados-Membros em tecnologia e inovação (militar e de dupla utilização), nomeadamente através da eliminação de estrangulamentos, da segurança das cadeias de abastecimento e da melhoria do acesso ao financiamento do crescimento;”

– “Reforçar a cooperação e incentivar a participação da Ucrânia nas suas iniciativas industriais de defesa.”

Max Bergmann, diretor do Programa Europa, Rússia e Eurásia do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), salientou que “este é um momento muito importante não apenas para a UE, mas também para a NATO e a segurança europeia”.

“A defesa europeia está num estado desastroso não apenas porque os países europeus não gastam o suficiente, mas porque não coordenam os seus gastos”, indicou.

“Isto significa que a defesa europeia é muito menor do que a soma das suas partes. A UE pode, portanto, desempenhar um papel fundamental ao fazer o que a UE faz melhor: derrubar barreiras à cooperação e conseguir que os europeus coordenem realmente aquilo que compram”, referiu o especialista.

“A NATO não faz isto e o resultado final é um grupo de forças armadas europeias que lutam para se posicionarem e lutarem em conjunto”, frisou Max Bergmann, salientando que “1,5 mil milhões de euros não vão bastar. A UE tem de incentivar a cooperação e precisa de 10 vezes mais”.