Estados Unidos pedem extradição de gestor ligado ao BES

De acordo com informação prestada pela Procuradoria da República (PGR) à revista Sábado, as autoridades americanas avançaram com um pedido de extradição do cidadão português Paulo Casqueiro Murta, um gestor que trabalhou na Suíça, em sociedades ligadas ao Grupo Espírito Santo. Contudo a decisão ainda se encontra suspensa no Tribunal da Relação de Lisboa.

A medida foi tomada uma vez que o cidadão português foi indiciado por crimes de corrupção e branqueamento de capitais relacionados com a empresa Petróleos da Venezuela (PDVSA).

O pedido de extradição foi efectuado apenas com o intuito de que o arguido português estivesse presente no julgamento, nunca para aplicar qualquer medida privativa de liberdade, como por exemplo a prisão preventiva, segundo indica a PGR.

A justiça americana vai iniciar simultaneamente o julgamento do caso de corrupção com a Venezuela, num tribunal do Texas. Para além de Paulo Casqueiro Murta estão ainda envolvidos mais cinco arguidos no processo.

No entanto, esta não é a única investigação a decorrer nos Estados Unidos. Em maio de 2019 chegou um pedido de informação ao Ministério Público, por parte do Departamento de Justiça, para a execução de diligências requeridas em abril do mesmo ano, relativamente a Paulo Murta, João Alexandre, antigo diretor da Sucursal Financeira Exterior (SFE) da Madeira do BES, Paulo Nacif, ex-número dois da SFE, e Ricardo Salgado, antigo presidente do Banco Espírito Santo.

Os motivos estão relacionados com suspeitas de mais de 100 milhões em subornos de políticos, gestores e magistrados venezuelanos, envolvendo mais de 30 offshores.