Especialistas preveem que o próximo ano seja um dos mais quentes de sempre

Os especialistas preveem que o próximo ano esteja já entre os mais quentes de sempre, embora o planeta possa estar sob o efeito de arrefecimento temporário do fenómeno La Niña, de acordo com a agência ‘Bloomberg’.

As temperaturas globais médias para 2021 devem fixar-se entre os 0,91 e 1,15 graus Celsius acima da média do período pré-industrial, de acordo com o Met Office do Reino Unido. Os seis anos mais quentes já registados ocorreram desde 2015.

«É improvável que a temperatura global para 2021 registe valores recordes devido à influência do atual La Nina», disse Adam Scaife, responsável de previsões de longo prazo do Met Office. «Mas será muito mais quente do que nos últimos anos, como 2011 e 2000, devido ao aquecimento global», acrescentou.

O La Niña ocorre quando a superfície do Oceano Pacífico arrefece. Essa mudança desencadeia uma reação em cadeia atmosférica que torna o planeta mais frio e também afeta o clima ao redor do mundo. Durante estes anos, os incêndios no oeste dos Estados Unidos pioraram, os furacões no Atlântico têm sido mais intensos e vão agravando as inundações em zonas da Austrália e da América do Sul.

Este fenómeno que é precisamento o oposto do El Niño, formou-se em setembro e deve manter-se em 2021, segundo a Organização Meteorológica Mundial, que classificou o evento como moderado a forte. Este ano vai terminar como um dos três mais quentes já registados e as temperaturas de janeiro a outubro estiveram em torno de 1,2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, de acordo com a OMM.

A comunidade global está a esforçar-se para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, limitando o aquecimento a menos de dois graus e idealmente perto de 1,5 graus até ao final do século, o que os cientistas consideram o melhor cenário, dadas as tendências atuais de aquecimento.